Setembro Amarelo: números mostram necessidade do alerta para a conscientização e prevenção ao suicídio


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Em alusão ao “Setembro Amarelo”, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina divulgou dados sobre casos de suicídios no estado. Apesar do tabu em se falar ou não sobre o assunto, é importante lembrar que tirar a própria vida é prática que ocorre no Brasil e no mundo, no entanto o conhecimento dos fatores de risco e dos sinais de alerta pode auxiliar na prevenção das mortes. Por isso, o objetivo da campanha Setembro Amarelo nesse ano, com o slogan “Agir salva vidas”, é alertar as pessoas sobre como identificar alguém que precisa de ajuda e tratamento psicológico.

Os números reforçam a importância da campanha mundial. No Brasil, são registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos. Cerca de 96,8% dos casos estão relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.

Em Santa Catarina, no ano de 2020, de acordo com o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), foram registrados 769 suicídios, dos quais 79% (611) foram cometidos por pessoas do sexo masculino. Em 2021, até o mês de julho, mantém-se proporção semelhante, com 416 registros (336 do sexo masculino).

No período de 2017 a 2020, a maior proporção dos óbitos concentra-se na faixa etária de 30 a 59 anos, no entanto a maior incidência está na faixa etária de 70 a 79 anos, com 13,1 óbitos a cada 100.000 habitantes nesta faixa etária. É possível verificar mais detalhes sobre os dados do Estado nas tabelas abaixo.

Prevenção

A OMS (Organização Mundial da Saúde) alerta que nove em cada dez mortes por suicídio podem ser evitadas. Por isso, para diminuir as estatísticas, o diálogo sobre o tema é fundamental. “Precisamos conscientizar as pessoas, esclarecer e abrir espaço para falar sobre suicídio. É preciso deixar que as pessoas possam falar sobre o sofrimento, e isso, pode trazer alívio e conforto. As pessoas próximas podem perceber sinais e ajudar na prevenção. Lembrando que também é necessário procurar ajuda especializada para acolher e encaminhar para o tratamento adequado”, explica Libiana Bez, enfermeira da Gerência de Análises Epidemiológicas e Doenças e Agravos não Transmissíveis, da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE/SC).

O Ministério da Saúde destaca que não há como detectar seguramente quando uma pessoa está vivenciando uma crise suicida, porém ela pode dar alguns sinais que devem chamar atenção da família e de amigos, como isolamento, abuso de álcool e outras drogas, mudanças bruscas de humor, diminuição do autocuidado e até a automutilação. Esses sinais, especialmente quando se manifestam constantemente, requerem atenção especial.

A porta de entrada para o acolhimento é sempre a unidade básica de saúde. Os serviços públicos de saúde mental de Santa Catarina contam com 110 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) em diversos municípios e diferentes modalidades. Nessas estruturas são atendidas pessoas que vêm em demanda espontânea, incluindo as que têm distúrbio psiquiátrico, pensamento suicida e tentativa de suicídio.

Centro de Valorização da Vida

Um importante aliado na prevenção do suicídio é o Centro de Valorização da Vida (CVV), que oferece apoio emocional gratuitamente, de forma voluntária, 24 horas por dia, por telefone 188, e-mail ou chat pelo site da instituição (www.cvv.org.br).

Números de SC