Primeiro giro de um navio na nova bacia de evolução de Itajaí – SC; assista
A primeira manobra-teste da nova bacia de evolução dos portos de Itajaí e Navegantes, feita na manhã desta quinta-feira (16), foi uma operação histórica. Não apenas pela importância econômica que tem para o setor portuário, o que justificou o investimento de mais de R$ 170 milhões – mas também pelo ineditismo. Segundo o superintendente do Porto de Itajaí, Marcelo Salles, é a primeira vez que uma manobra como essa é executada na América do Sul.
O navio Valor, com bandeira de Malta, saiu de ré do cais da Portonave, em Navegantes, e seguiu até a foz do Itajaí-Açu, onde está localizada a nova bacia de evolução. Para que a embarcação navegue com segurança, as máquinas são desligadas e os rebocadores – pequenas embarcações que fazem a propulsão dos navios durante as manobras – a conduzem até a área de giro.
– Isso é uma operação que vários portos da Europa realizam, mas é a primeira vez que é feita no Brasil – diz Salles.
Francisco José Memoria Hyppolito e Wallace Siqueira Bezerra foram os práticos responsáveis pela manobra. O prático Alexandre Rocha, que acompanhou a operação, disse que tudo correu bem e não houve registro de nenhuma intercorrência.
– Fomos bem, fizemos dar certo na primeira vez. Agora é pegar a experiência, avaliá-la, para fazermos as outras ainda melhores – avaliou.
O superintendente administrativo da Portonave, Osmari de Castilho Ribas, e o Daniel Belisario, gerente comercial da APM Terminals – arrendatária do Porto de Itajaí – acompanharam o primeiro giro na bacia de evolução. Para os portos, a área de manobras significa a possibilidade de negociar linhas que trabalham com navios de até 336 metros de comprimento. O limite atual do Complexo Portuário é para navios de 306 metros. A estimativa é que a mudança de parâmetros, com a chegada de navios maiores, aumente em 30% a movimentação de contêineres – o que representa R$ 27 milhões a mais de receita nas atividades ligadas ao setor portuário.
Investimento
A nova bacia de evolução demandou investimentos de mais de R$ 170 milhões, entre recursos do Governo do Estado, da Superintendência do Porto de Itajaí e da Portonave. O investimento estadual foi de R$ 128 milhões, mas o governo entregou a obra, em abril do ano passado, sem que a bacia de evolução tivesse chegado à profundidade necessária.
O contrato havia chegado ao limite em volume de dragagem, e não havia possibilidade de aditivos. Por isso, os portos deram sequência à obra.
Avaliação
Uma reunião, na próxima segunda-feira (20), entre Superintendência do Porto de Itajaí, Delegacia da Capitania dos Portos de Itajaí, Praticagem, terminais portuários e empresas de rebocadores vai discutir os resultados da primeira manobra. Outras cinco devem ocorrer até a homologação da bacia de evolução pela Marinha.