Empresário de Navegantes é apontado como líder de caminhoneiros que fecharam rodovias no Litoral Norte de SC
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) apontou Emilio Dalçoquio Neto como um dos líderes dos atos ilegais que fecharam rodovias em Santa Catarina, afirma o Portal G1 em reportagem. O nome do empresário, que chegou a ser investigado pela greve dos caminhoneiros em 2018, é citado em um documento enviado pela polícia ao Supremo Tribunal Federal (STF). No dia 30 de outubro deste ano, mesmo dia em que as rodovias começaram a ser fechadas no estado, Dalçoquio foi gravado discursando para um grupo de bolsonaristas. Na ocasião, pediu para que suas palavras fossem compartilhadas em grupos de aplicativos de conversa (assista acima), após chamar para os bloqueios “inicialmente pacíficos”.
Os bloqueios com grupos contrários ao resultado das eleições começaram em 30 de outubro, depois de confirmada a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições. Somente Santa Catarina chegou a ter quase 70 atos simultâneos nas estradas. Em um mapeamento de 30 de outubro, data do 2º turno da eleição presidencial, até 6 de novembro, a PRF informou ao Supremo Tribunal Federal ter identificado e multado 40 pessoas físicas e 10 empresas por organizarem os atos.
No ofício, ao qual o g1 SC teve acesso nesta sexta-feira (11), o empresário é citado como uma “liderança dos bloqueios em Itajaí”, no Litoral Norte. O documento – assinado pelo superintendente da PRF em Santa Catarina, André Saul do Nascimento, em 3 de novembro deste ano – faz parte de um processo do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura os bloqueios que ocorreram no país logo após as eleições. No mesmo ofício, além de Dalçoquio, outras 22 pessoas são citadas como “lideranças que atuam nesses movimentos, bem como [proprietários de] alguns veículos utilizados nos bloqueios”.
O G1 SC procurou o empresário e a defesa, mas não obteve retorno até a última atualização deste texto. Em uma rede social, o empresário negou que faz parte dos atos. Disse também que “como é garantido a todo cidadão, tenho o direito de me manifestar de forma ordeira e pacífica, nos exatos limites da liberdade de expressão prevista na Constituição Federal”. “Meu posicionamento político é conhecido e claramente definido e, assim, dentro da estrita legalidade, sempre me expressarei para apoiar e defender a democracia, o estado democrático de direito e as liberdades individuais e coletivas previstas na Constituição do Brasil”, concluiu.
A reportagem do G1 procurou o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). A PRF não se manifestou.
Informações e imagens do Portal G1