Diretoria do Hospital Marieta Konder Bornhausen participa de audiência pública e esclarece denúncias de desvios de recursos
A diretora-geral do Hospital Maternidade Marieta Konder Bornhausen, Irmã Simone Santana, participou uma audiência pública promovida pela Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, realizada na Câmara de Vereadores de Itajaí. O hospital é referência em termos de saúde para região da Foz do Rio Itajaí e para o estado, e atende municípios como Penha.
A instituição vem recebendo recursos federais, estaduais e municipais em suas obras de ampliação e o debate foi para esclarecer dúvidas sobre os recursos financeiros destinados para seu funcionamento e investimentos. Sobre as denúncias de desvios de recursos, em torno de R$ 1 milhão, do hospital apresentadas na mídia da região, a irmã afirmou que foi contratada uma auditoria externa e que todas as contas do Hospital foram analisadas. Disse ainda que foi feita toda uma reestruturação administrativa, mesmo que não tenham sido apresentadas provas. “Neste momento, o Hospital deve ao IPMMI em torno de R$ 2,5 milhões por ter emprestado em tempos passados esses recursos para cobrar a folha de pagamento do Hospital, como forma dele não parar o atendimento à população”, disse.
Ela também informou que as obras do Complexo Madre Teresa, que está ampliando as atividades do Hospital, iniciou em 2012 e o valor total investido foi de R$ 134.404.365,26 para 241 novos leitos de internação, dez leitos de UTI Neonatal, 20 leitos de UTI adulto em 15 pavimentos, além de ampliação de setores que já existem.
“Faltam alguns equipamentos, são poucos, estamos em conversa com governo do Estado, mas a parte mais importante é a negociação do custeio da nova instituição. Precisamos contratar pessoas, não temos reservas para essa contração, temos que pensar como vamos sustentar essa nova unidade. Precisamos de vontade política para concluir a obra. O sonho é de inaugurar essa nova unidade no primeiro semestre de 2023”, explicou a Irmã Simone.
Irmã Simone apresentou os principais números da instituição, que foi inaugurada em janeiro de 1956 e, desde 1985, é administrada pelo Instituto das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada (IPMMI). A unidade conta atualmente com 357 leitos, 1.325 colaboradores, 300 médicos e 42 residentes de medicina.
De janeiro a outubro deste ano foram realizados 233.334 atendimentos médicos. Destes, 203.578 (87,24%) pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e 29.756 atendimentos por convênios ou particular. Dos 357 leitos, 310 são do SUS e 47 convênios leitos. Ela disse ainda que o hospital recebe R$ 111 milhões anuais da Prefeitura de Itajaí via governo federal para os atendimento pelo SUS.
“O número de atendimentos nestes dez meses foi 102,96% superior à população de Itajaí, estimada em 226.617 (IBGE 2021), e 34,16% da população da Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí, estimada em 683.033. Nestes dez meses, foram realizados 45.386 atendimentos no Pronto-Socorro, 9672 cirurgias, 3.521 partos, 2.899 pacientes atendidos na UTI adulto, 906 UTI Neonatal e 454.228 exames realizados, 33.918 atendimentos ambulatoriais”, enumerou a diretora.
A diretora ressaltou que há um déficit operacional do hospital. “A nossa receita bruta operacional mês é de mais de R$ 14 milhões e a despesa gira em torno de R$ 16 milhões mensais. A grande despesa é referente a compra de medicamentos, que em 2020 era de R$ 2,6 milhões mensais e depois da pandemia esse custo aumentou chegando atualmente a R$ 3,5 milhões.” Ela relatou ainda que ocorreu um aumento no custo para manter o corpo clínico e o pessoal que atende a população. “Só para se ter ideia, o SUS paga R$ 10 por consulta médica e o hospital tem que fazer esforço para complementar esse pagamento aos médicos.”
Imagem: ALESC