Alvo de operação policial na manhã desta segunda-feira em Penha, adolescente e familiares falam com o Penha Online e alegam mal-entendido


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Nesta tarde, o Penha Online foi procurado pelo adolescente que foi apreendido na manhã desta segunda-feira em Penha, sob suspeita de participar de ataque planejado para acontecer em alguma escola da cidade na próxima quinta-feira (20). O jovem respondeu a algumas perguntas feitas por nossa reportagem. Confira a seguir.

De início, o estudante afirmou que o vídeo publicado por ele, não é de sua autoria: “não foi em quem fez. Eu só repostei ele, peguei no Tik Tok e repostei. Eu não tinha intenção de causar esse tumulto”, comentou.

Diante dos questionamentos, o adolescente resumiu: “eu sou um guri de família, de boa criação, jamais invadiria a minha escola João Batista Paiva, pois foi a melhor que eu já frequentei e não há motivo para fazer isso. Uma por que não tenho nenhuma inimizade na escola ou bullying”. Perguntado sobre as armas encontradas em sua casa, ele afirmou que são de Airsoft (réplicas de armas de fogo reais, geralmente pistolas e rifles com ação de mola ou de gás, que funcionam como armas de pressão) para entretenimento e inspiração: “tenho um sonho de ser do Exército, elas foram compradas ano passado”, disse.

Sobre os desenhos e frases nas paredes, o estudando detalha que são desenhos abstratos: “e as frases que fazem menção à lágrimas, foram extratos melancólicos de música,’lágrimas molham as medalhas de um vencedor'”, comentou.

Por fim, o Penha Online perguntou se o adolescente sabe de algum colega que esteja planejando algum ataque, e recebeu a seguinte resposta: “agora vendo a minha versão da história. Eu postei o vídeo na intenção de ser o ‘defensor’, porém foi mal interpretada a situação. Não tenho conhecimento de alguém que queira invadir as escolas do município, pois só tenho amizades sadias. Enfim, peço desculpas as autoridades envolvidas no meu caso, pois não vi maldade ao postar o vídeo”, concluiu.

O pai do jovem também conversou com o Penha Online sobre o caso: “repercutiu um monte, gente ali com discurso de ódio e tudo o mais… o que acontece: ele é um guri bom, inteligentíssimo, só tira nota alta na escola, e quando não tá na escola, ele tá andando de bike, ou trabalhando aqui com nós. Um guri exemplar em tudo, de família mesmo, cara. E tipo assim, foi postar um vídeo, um meme pesado, às vezes sem noção do que ia dar, estamos todos assustados com a repercussão que deu”, afirmou ele, que é comerciante em Penha.

Já uma tia do jovem, que também é comerciante em Penha, corroborou a versão do sobrinho, de que tudo não passou de um mal-entendido: “eu conheço ele, morou na minha casa, gente boa pra caramba. Ele tá amedrontado, tá com medo que o pessoal vá linchar ele por uma coisa que ele não fez e nem pretendia fazer, imagina, na verdade o sonho dele é ser policial pra proteger as pessoas de bandido, e não ele ser um bandido. Foi tudo mal interpretado”.

Ação policial

Conforme noticiado aqui pelo Penha Online mais cedo, numa ação conjunta das polícias Civil e Militar de Penha, foi cumprido um mandado de busca e apreensão na residência de um adolescente de 16 anos de idade, no bairro Armação. Foram apreendidos um telefone celular e um computador utilizados pelo investigado, bem como dois simulacros de arma de fogo, sendo uma pistola 9mm e uma carabina 5,56mm, ambas de airsoft.

As investigações tiveram início após o adolescente publicar nas redes sociais um vídeo editado com imagens de um jogo de tiro, com a seguinte mensagem: “minha escola no dia 20/04”. A ação é resultado de uma operação realizada pelas forças de segurança pública com a finalidade de monitorar e identificar possíveis atentados às escolas do município.

Após prestar esclarecimentos acerca do fato, foi instaurado o competente procedimento e o adolescente foi encaminhado ao CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) para atendimento psicológico. Nas paredes do imóvel foram encontrados diversas mensagens e desenhos. Todo o material será encaminhado para perícia.

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