Dezembro vermelho: Saúde de Santa Catarina alerta para a importância da prevenção combinada para evitar a infecção pelo HIV
O mês de dezembro é marcado pela campanha de conscientização, prevenção e luta contra o HIV/Aids, sendo o dia 1º o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, doença que pode ser evitada através de diversos métodos de prevenção utilizados separadamente ou de forma simultânea, a chamada prevenção combinada.
A médica infectologista e gerente de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), Aids e Hepatites Virais, da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive), Regina Valim, explica que nos dias atuais a prevenção combinada é o método mais recomendado para evitar a infecção pelo vírus HIV e o desenvolvimento da Aids.
“A camisinha continua sendo a maneira mais acessível e eficaz de evitar não só o HIV, mas também outras ISTs, mas além dela existem outras formas de prevenir a infecção, como a Profilaxia Pré-Exposição, a testagem, o tratamento. Então, é importante que a pessoa além de usar preservativo nas relações sexuais, faça testes regularmente e, eventualmente, em caso positivo, realize o tratamento de forma adequada. Pessoas em tratamento ficam com a carga viral indetectável, ou seja, não transmitem o vírus para outras pessoas e nem para os bebês, no caso das gestantes”, enfatiza.
Atualmente, cerca de 47 mil pessoas vivem com HIV em Santa Catarina. Deste total, 99,5% realizam tratamento com antirretrovirais.
Métodos de prevenção que podem ser combinados
Camisinha: a camisinha masculina ou feminina deve ser utilizada em todas as relações sexuais. Os preservativos estão disponíveis gratuitamente nos serviços de saúde para toda a população;
Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP): indicada para aquelas pessoas com parceiros soropositivos, por exemplo. Consiste na ingestão diária de um comprimido que impede que o HIV infecte o organismo antes mesmo da pessoa ter contato com o vírus;
Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP): indicada para pessoas que passaram por uma situação de risco, como ter feito sexo sem camisinha ou ter sofrido um abuso sexual. Consiste no uso de medicamento em até 72 horas após a exposição, devendo ser continuado por 28 dias:
Testagem: os testes para detecção de Infecções Sexualmente Transmissíveis devem ser realizados regularmente. Existem testes rápidos que podem ser feitos nas unidades básicas de saúde de forma segura e sigilosa e ficam prontos em até 30 minutos. Gestantes devem ser testadas para o HIV durante o pré-natal e no momento do parto para evitar a transmissão do vírus para o bebê;
Tratamento: o tratamento da pessoa que vive com HIV é essencial para evitar o desenvolvimento da Aids. Se realizado de forma correta, o tratamento faz com que a pessoa fique com a carga viral indetectável, ou seja, intransmissível. Todos os métodos são oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Em Santa Catarina os casos de HIV/Aids mantêm uma estabilidade. No ano de 2021 foram notificados 3.562 novos casos, em 2022 foram 3.468 e, em 2023, até o mês de novembro, foram 2.746. Os adultos jovens com idade entre 20 e 29 anos são os mais infectados, seguido da faixa etária de 30 a 39 anos. Com relação ao sexo, no ano de 2022, 1.555 homens foram infectados pelo vírus HIV para 679 mulheres. O estado distribuiu, durante o ano de 2023, mais de 10,4 milhões de preservativos masculinos e femininos para os municípios catarinenses.
Seminário de atualização HIV/Aids
Em alusão à data e ao mês de prevenção e luta contra o HIV/Aids, a Gerência de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), Aids e Hepatites Virais, da DIVE, realiza nos dias 7 e 8 de dezembro o Seminário de atualização HIV/Aids: desafios na 4º década da pandemia. O evento, com sede em Florianópolis, vai discutir as “inovações” para prevenção, diagnóstico e tratamento de HIV/Aids. Participam do Seminário médicos infectologistas, da família, pediatras e equipe laboratorial.
Imagem: SECOM/SC