Moradora de Penha esperou oito horas por atendimento no Pronto Atendimento nesta terça-feira; secretária de Saúde explica situação e faz apelo
Ao longo das últimas semanas, como já publicado aqui sobre este tema diversas vezes, o Penha Online vem recebendo inúmeras reclamações a respeito da demora para atendimento no Pronto Atendimento de Penha. Nesta terça-feira, no entanto, o volume de denúncias foi extremamente alto. O Penha Online vem diariamente mantendo contato com a Secretária de Saúde de Penha, Bárbara Lugogo, repassando à ela, as mais diversas reclamações e igualmente recebendo suas respostas com detalhamentos e explicações sobre cada demanda. Hoje, porém, nos deparamos com o caso da Nathalia, moradora da Rua Diva Aparecida Zanutto Cesário, bairro Nossa Senhora de Fátima, que estava aguardando atendimento desde o início da tarde. “Cheguei aqui às 12:30h e nada de atendimento. Isso é uma falta de respeito, pois nem uma satisfação eles dão e quando vamos perguntar alguns são muitos grossos com os pacientes. Até quando vamos passar por isso”, disse ela ao Penha Online. Além deste caso, outras pessoas relatavam seis horas de espera: “É lamentável estar sentindo dores e não ser atendido, aguardar mais de seis horas e ter que sair sem atendimento por desistência, mesmo com dois profissionais. Se seguirem a fila o sistema anda, mas deste modo não tem jeito. Além de mim, outras quatro pessoas abandonaram a espera de atendimento”, relatou Jean. Já o Souza, que levou sua esposa ao PA às 12h, afirmou que saiu da unidade de saúde às 19:30h sem atendimento: “Um descaso total”, desabafou.
Voltando ao caso da Nathalia, citado inicialmente, seu atendimento acabou acontecendo às 20:33h, pouco mais de oito horas após sua chegada no PA. “Eu tenho um problema de garganta, marcaram minha cirurgia. Eu espero por essa cirurgia já tem três anos, então eu tenho que operar o nariz e minha garganta tem tipo um caroço. Então vira e mexe ela inflama. Então eu preciso dessa cirurgia. Aí fui atendida, me passaram duas injeções, não fiquei dez minutos lá dentro”, afirmou.
O Penha Online então questionou a secretária Bárbara sobre a possibilidade de se colocar mais médicos para atendimento neste momento de endemia em virtude da dengue; a secretária afirmou então que seria preciso aumentar o espaço, com novas salas, e ao final, fez um esclarecimento e um apelo aos moradores de Penha.
“Eu preciso da conscientização da população. A maioria que está lá é caso de pessoas que, por exemplo, há três dias estão com sintomas de dengue. Poxa, daí eles tiveram o dia inteiro, a tarde inteira, a manhã inteira, e eles resolvem ir pro PA agora à noite. Óbvio que vai lotar. Não tem como, não tem braço que sustente. Tem a central da dengue aberta, que fecha às 17:30h e o médico atende até 19h. Só que eles não se conscientizam. Começou a sentir dor, pode marcar uma consulta lá na Unidade Básica de Saúde do bairro, passa pelo médico lá, porque às vezes, tem dias que a unidade não tem ninguém pra ser atendido. O pessoal não tem a cultura de ir pra unidade de saúde, porque eles são imediatistas, eles querem ir pro PA. Porque eles sabem que vai demorar, mas eles vão ser atendidos ali na hora. Mas às vezes a unidade de saúde pode ser que atenda no dia. Ela vai ver a necessidade. É bem complicado. Aí as pessoas que reclamam geralmente são essas que estão por exemplo com dor na lombar há sete dias e resolvem ir no PA um dia à noite. A gente precisa que a população se conscientize. Sim, temos o problema de não ter espaço, temos. Fizemos o projeto da UPA, foi aprovado, passou pela Câmara, também foi aprovado, já temos o imóvel. O Governo Federal já irá fazer o depósito. Está se encaminhando. Precisa da conscientização da população enquanto isso. A maioria na espera de sete horas tem os sintomas: gripe, dor no corpo, quatro dias tossindo. Agora de noite recebemos quatro gestantes, duas em trabalho de parto, uma teve que ser entubada”, concluiu ela, solicitando que as pessoas se dirijam às Unidades Básicas de Saúde dos bairros e à central da dengue com mais frequência, no intuito de desafogar o Pronto Atendimento.