Defesa Civil de SC lança previsão climática para o trimestre Maio, Junho e Julho de 2024


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O fenômeno El Niño, que favorece um aumento na frequência e intensidade das chuvas no Sul do Brasil, apresenta um enfraquecimento e logo passará por um breve período de neutralidade entre o final do outono e meados do inverno, conforme boletim da Defesa Civil de Santa Catarina. A partir do final do inverno, um evento de La Niña deve começar a se configurar, de acordo com a previsão dos principais centros mundiais que monitoram o fenômeno.

Apesar do enfraquecimento do El Niño, a sua dissipação ocorre de forma lenta, assim, seus impactos ainda são esperados no mês de maio, que já iniciou chuvoso em Santa Catarina. Além do El Niño, outros fenômenos que influenciam diretamente no regime de chuvas em Santa Catarina devem favorecer as precipitações frequentes no estado. Com isso, são esperados volumes de chuva acima da média em todas as regiões durante o mês de maio, em especial nas áreas de divisa com o Rio Grande do Sul.

Nos meses de junho e julho, quando começa o inverno, é comum que as chuvas diminuam no estado, climatologicamente falando. Mas, neste ano, a previsão climática indica que as chuvas devem continuar acima do esperado entre os planaltos e o litoral catarinense. Já no Grande Oeste a tendência é que as chuvas fiquem próximas e até abaixo da média para o período. Apesar deste comportamento, destacamos que não se pode descartar que ocorram eventos meteorológicos que tragam chuva volumosa para a região durante estes meses.

Quanto às temperaturas, são esperados valores acima da média no trimestre, ou seja, o período deve ser mais quente do que o normal. Ainda que sejam observadas o avanço de massas de ar mais frias para o estado, estes sistemas não devem ser duradouros, por outro lado, há possibilidade de dias consecutivos mais quentes (conhecidos popularmente como veranicos). Vale destacar que apesar das temperaturas acima da média para a estação, as temperaturas devem ser mais baixas em relação ao verão.

CLIMATOLOGIA

O trimestre maio, junho e julho compreende a transição entre o outono e o inverno no Hemisfério Sul. Do ponto de vista climatológico, o período é marcado pela maior passagem de frentes frias e atuação de ciclones extratropicais, que tendem a provocar episódios de agitação marítima de ressaca no litoral. De forma esporádica, especialmente em maio, ainda ocorrem temporais mais isolados. Neste trimestre, os acumulados de precipitação diminuem em relação aos meses anteriores. Segundo a climatologia, a chuva varia entre 50 e 150 mm no centro-leste e entre 150 e 200 mm na porção oeste do estado. Por conta do tempo mais seco, a tendência é de temperaturas mais baixas no período da manhã e amenas/altas na parte da tarde, configurando grandes amplitudes térmicas. Nesta época do ano são frequentes entradas de massas de ar frio, que provocam quedas significativas nas temperaturas. Além disso, também ocorrem episódios de veranicos, onde são observados dias consecutivos de temperaturas acima da média.

HISTÓRICO DE OCORRÊNCIAS

Segundo o Perfil Histórico de Desastres do Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina (PPDC-SC), durante 29 anos de levantamento de dados (1995-2019), foram registradas 5540 ocorrências por desastres.

É possível notar que a maior parte das ocorrências registradas neste período histórico ficaram concentradas nos meses em que as temperaturas no estado são mais elevadas, entre setembro e março. Além disso, na análise desta série de dados, o trimestre abril, maio e junho apresentou uma diminuição significativa no número de ocorrências registradas em relação aos meses anteriores. Ainda assim, maio aparece como o sexto mês em número de ocorrências (aproximadamente 500 registros, ou 9% do total de ocorrências no período).

No trimestre de abril, maio e junho, as chuvas intensas e enxurradas são as principais ocorrências. O mês de maio corresponde ao segundo e ao terceiro mês em que ocorreram mais eventos de chuvas intensas e inundações, respectivamente. Nos meses de maio do período em questão, foram registradas 54 ocorrências de chuvas intensas no estado, ante um total de 390 ao longo da série histórica, o que representa 13,8% do total. Maio também registrou aproximadamente 50 ocorrências de inundações do total de 468 da série histórica, representando 9,6% do total desta tipologia de ocorrências.

RECOMENDAÇÕES

No caso de alagamentos e enxurradas, evite o contato com as águas e não dirija em locais alagados. Evite transitar em pontilhões e pontes submersas. Cuidado com crianças próximas a rios e ribeirões.

Fique atento à rachaduras em paredes e encostas, inclinação de postes, árvores e muros e água vertendo do solo para identificar riscos de deslizamento.

Durante temporais, busque local abrigado, longe de árvores, placas e de outros objetos que possam ser arremessados. Na praia, jamais fique na água.

Para os dias mais quentes, a Defesa Civil recomenda manter os ambientes com temperaturas agradáveis, especialmente naqueles com pessoas idosas e enfermos, minimizar exposições diretas ao sol e exercícios físicos nos horários de pico de calor e hidratar-se regularmente.

 

Imagem: pixabay.com