Gatos de energia elétrica na Santa Lídia deixam vizinhos do Morro do Cred no escuro com frequência; clientes da Celesc pedem solução


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O grave problema de exclusão social vivido no Morro do Cred, comunidade do bairro Santa Lídia, de Penha, está resultando em prejuízos para outros moradores da mesma região: frequentemente, parte da comunidade fica sem energia elétrica.  Trata-se dos moradores da Rua Esperança e ruas dos arredores, onde muitas residências têm ligações regulares junto aos postes de energia.
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“Todo mês é isso. Pelo menos duas, três vezes acontece isso. E é sempre no mesmo horário. Acaba por volta de 18h e só volta na madrugada, por volta de 5h ou 6h manhã, ou às vezes 10h da manhã. Aí fica complicado porque a gente tem geladeira, nós temos televisão… e se queimar, depois é uma burocracia pra correr atrás de ressarcimento. E eles não ressarcem tão fácil. Aí estraga as coisas na geladeira e fica oscilando essa energia, e queima a geladeira, e queima a televisão. Aí eu quero ver como é que vai fazer, se eles vão pagar os nossos prejuízos. Eles têm a razão deles, só que a gente que paga, nós que pagamos ali, nós temos a nossa razão também, nós temos o nosso direito. Nós não podemos pagar pelo erro dos outros. O bom pagador é quem paga pelos gatos do pessoal. Eu sou pagador, eu tô no meu direito de cobrar, tanto é que a gente tem unidade consumidora, a gente paga pra Celesc. Tem casa ali com criança que precisa de fazer nebulização, fazendo um tratamento. E todo mundo fica preocupado porque falta energia direto. Tem morador idoso, que tem as necessidades deles. A maioria das casas ali que paga a unidade consumidora tem posto artesiano, então precisa da bomba para encher a caixa. É injusto isso, a gente pagar energia e não ter. Nós temos unidade consumidora, é gerado fatura e cobrança. Se a gente não paga, tem atraso, tem juros, tem um monte de coisa, teria que ter o risco de coitado essa energia. Agora o pessoal que usa lá, que prejudica a gente, é complicado, né? Eu acredito que seja o transformador, que já não tem a capacidade. Toda vez que acontece isso, eles demoram pra mandar alguém e quando vem alguém é coisa rapidinha, eles só vai ali no transformador com uma varinha e liga de novo”, relatou um reclamante ao Penha Online.
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A Celesc foi procurada pelo Penha Online para falar sobre o assunto, e deu retorno através do gerente regional, Diego Cardoso: “O transformador atua por sobrecarga devido a essa quantidade de casas ali que tem, que são uma área de ocupação irregular. Não existe rede de energia nesses dois locais que eu desenhei no quadrado vermelho. Então essa quantidade de casas não tem rede de energia, porque é área de ocupação irregular. Eles pegam energia no transformador ali naquela linha amarela que eu desenhei, que é o transformador que está atuando por sobrecarga. No transformador a gente tem somente 29 consumidores, o que para esse transformador seria adequado se não estivesse ligando tantas casas de forma irregular. Isso é algo que a gente convive há bastante tempo, é de difícil solução. O que a gente pode fazer é chegar lá e desligar tudo isso, o que seria um problema muito maior. A população fica revoltada quando a gente faz isso, mas quando começa a incomodar demais, é uma ação que a gente tem que tomar, talvez. É uma rua que se eu não me engano está na prefeitura tem tramitação de Reurb, mas é uma situação complicada porque a gente vai lá e corta hoje, amanhã eles religam tudo de novo, então o corte dos gatos é algo que não surte muito efeito. É um problema social, eles vão usar energia de alguém, de algum lugar. A Celesc não pode lá e tirar essas casas de lá, né, a prefeitura também não. É uma uma solução complexa, infelizmente”, disse Diego.
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Nos últimos anos, por diversas vezes, ações conjuntas entre Celesc, prefeitura e Polícia Militar já tentaram pôr fim aos gatos de energia elétrica, porém, sem sucesso. Desta maneira, os bons pagadores pedem socorro à empresa e ao poder público de Penha, em busca de uma urgente solução para o caso.