Acusado de tirar a vida de idosa após pedir senha do wi-fi é condenado em Barra Velha

Está condenado o homem que em 2023 matou uma idosa em Barra Velha. O assassinato de uma idosa chamou a atenção de toda a região. O acusado, denunciado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) por ter matado a vítima, foi julgado e condenado pelo Tribunal do Júri nesta semana, por homicídio triplamente qualificado – emprego de asfixia, dissimulação e recurso que dificultou a defesa da vítima. A pena fixada foi de 12 anos de reclusão em regime inicial fechado.
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Segundo a ação penal pública ajuizada pela 2ª Promotoria de Justiça de Barra Velha, o crime ocorreu em 28 de outubro de 2023 na residência da vítima, localizada no bairro Vila Nova. O réu se aproveitou da confiança que a mulher tinha nele, devido à amizade com sua família, entrou na residência sob o pretexto de usar a internet e, de forma repentina, cometeu o crime. Ele tirou a vida da vítima, de 65 anos, utilizando asfixia. A Promotora de Justiça Larissa Zimmermann, que representou o MPSC na sessão de julgamento, sustentou que “a vítima conhecia o réu, pois mantinha relação de amizade com os familiares dele, fator que contribuiu para possibilitar a entrada na residência para tirar sua vida. Cabe ressaltar, ainda, a desproporção física entre o acusado e a vítima, que possuía 65 anos de idade”.
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As teses sustentadas pela Promotoria de Justiça foram acolhidas pelo Conselho de Sentença e o réu foi condenado pelo crime narrado na denúncia. Na decisão, o Juízo negou ao réu o direito de recorrer em liberdade, mantendo a prisão preventiva anteriormente decretada.
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O crime
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Na ocasião do crime, a mulher foi encontrada sem vida e com sinais de violência em uma residência na Rua João Anselmo Brenneisen. Bombeiros e Polícia Militar foram acionados e no local encontraram a vítima parcialmente despida e com um fio enrolado no pescoço. O fio não estava preso a qualquer outro ponto do ambiente, indicando que a vítima possivelmente não se pendurou para cometer suicídio. A primeira pessoa a chegar no local e encontrar a vítima em óbito foi uma vizinha, que foi ao imóvel da vítima averiguar se estava tudo bem, pois não ela respondia a mensagens de WhatsApp. A vizinha ainda declarou aos policiais que a vítima não apresentava nenhum quadro de depressão e nunca deu indícios de que poderia cometer suicídio. O Instituto Geral de Perícias foi chamado para recolher o corpo e periciar o ambiente.
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Mais tarde, a Polícia Militar foi acionada para uma ocorrência Rua Otacílio João de Oliveira, também no Centro da cidade. Lá, o solicitante declarou ser o autor do assassinato acima relatado. “Fui pegar senha do wi-fi com ela e passou na minha cabeça um monte de coisa, daí eu estrangulei ela com um fio. Saí de lá, vim pra casa e bateu um peso na minha consciência e resolvi me entregar. Sou usuário de crack, eu já conhecia ela de conversar só”, disse ele aos policiais. O rapaz estava em posse de uma tornozeleira danificada. Diante dos fatos, o autor foi conduzido até a Delegacia de Polícia Civil em Itajaí.
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Imagem: TJUS/SC