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Apae de Penha reforça atividades virtuais com alunos especiais e colhe bons resultados

O período da quarentena imposta pelas autoridades de saúde visando o combate à pandemia do Covid-19 não impediu que o trabalho e o aprendizado oferecido aos alunos do Centro de Atendimento Especializado (CAESP) Escola Especial da Apae de Penha seguisse, mesmo com os alunos em casa. A equipe pedagógica da escola, com a orientação da direção e equipe técnica do SUS, instituiu aulas virtuais, dividindo os alunos em quatro grupos, e conseguindo atingir um terço dos alunos totais da instituição com atividades complementes.

De acordo com a diretora Jaqueline Machado Ferreira, os grupos foram divididos por faixa etária e níveis de desenvolvimento dos especiais. Os grupos de estimulação são voltados aos alunos menores, de zero a 6 anos e de 6 a 12, que sejam mais dependentes ou que precisam de um estímulo mais específico.

Há ainda o grupo voltado aos alunos com transtorno de espectro autista (TEA), e dois grupos de alunos adultos – um para a faixa etária de 17 até 45 anos, com nível funcional melhor, e outro para adultos em geral, com alunos que integram as turmas do Centro de Convivência e do Proal, que integram um programa laborativo.

“Diariamente, tanto a equipe técnica quanto a equipe docente postam orientações às familias e atividades que podem ser executadas”, detalha a diretora. Todo o trabalho é executado através do aplicativo Whatsapp, mas também houve aulas através do de vídeos de chamadas compartilhadas.

“A equipe técnica orienta, os professores desenvolvem as vídeo-aulas, todos os dias, e assim, conseguimos repassar conteúdos de artes, de educação física ou mesmo conteúdos próprios para a sala de aula”, detalha a diretora.

Jaqueline admite que essas estratégias não substituem as aulas presenciais e a integração dessa comunidade escolar específica, já que o Ensino Especial é um desafio diário. Há ainda pais que não pararam de trabalhar ou que estão em home office, com pouco tempo para orientar os filhos – já que esse gênero de aulas via internet precisa do acompanhamento dos responsáveis. Todas as famílias são conectadas à escola pelo Whatsapp.

Assim, em torno de 30 alunos estão regularmente participando, número considerado expressivo pela instituição. “Consideramos a resposta como boa”, avalia a diretora, juntamente com a assistente social Graciele Thiel. “Pedagogicamente, a devolutiva é de uns 30%, mas a interação em geral com as famílias chega a 50%”.

“Recentemente, fizemos uma chamada de vídeo compartilhada, em que os alunos puderam interagir com os colegas; em outra ocasião, um vídeo de todos os professores, para seus alunos, e ainda propusemos um vídeo em que eles lavassem as mãos como forma de prevenção ao coronavírus”, pontua. Os alunos têm surpreendido com esses vídeos-resposta. “É uma devolutiva, um retorno às propostas feitas pelos professores, e isso é muito bacana”, avalia a direção.

Graciele frisa que todo o trabalho une profissionais como assistente social, terapeuta ocupacional, neurologista, com atendimentos aos alunos nesse período. “Estamos continuando terapias já desenvolvidas, visando orientar alunos e familiares para não perder tanto a continuidade do processo terapêutico de cada um”, observa ela. “Nossos alunos, muitos deles, são grupo de risco e tem comorbidades, daí esse atendimento não poder parar”.

Alimentos

Além das aulas virtuais, a presidente Eudes Beatriz Tartari Zanin também solicitou o repasse da merenda da Escola Especial às famílias carentes. Kits foram repassados aos pais, e também houve entrega de uma doação do programa Mesa Brasil, do SESC. Houve também entrega de ovos de Páscoa doados pela Cacau Show de Penha e entrega de doces caseiros produzidos na Apae, a partir de doação de bananas da Associação de Bananicultores de Luiz Alves.

Ainda não há previsão do retorno às aulas presenciais, já que a Escola Especial segue as orientações do Governo do Estado acerca do combate à pandemia.