Artista penhense Renato Amorim vence em sua categoria e conquista Troféu Ilha das Flores do Núcleo de Estudos Açorianos da Universidade Federal de Santa Catarina


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O artista Renato Amorim, morador de Penha, foi escolhido para receber o Troféu Ilha das Flores neste ano de 2021, oferecido pelo Núcleo de Estudos Açorianos (NEA) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O troféu é cedido para o(a) vencedor(a) da categoria Artista Plástico. A premiação agracia anualmente dez participantes, cada um em sua categoria.

Renato, que mosaicista, foi indicado pela Fundação Municipal Cultural de Penha Picucho Santos para concorrer na categoria, e saiu vencedor ante a todos os demais inscritos.

O Troféu Açorianidade foi instituido em 1996 com objetivo de reconhecer e valorizar o trabalho de instituições, pessoas e empresas, em prol da Cultura de Base Açoriana do estado de Santa Catarina. Com este troféu o NEA tem procurado reconhecer a dedicação destas pessoas e instituições no zelo, em prol da causa da cultura açoriana.

O superintendente da Fundação Cultural de Penha, Eduardo “Bajara” Souza, declarou que a Fundação está sempre buscando colocar a Cultura de Penha em evidência: “queremos agregar valores aos nossos trabalhadores e trabalhadoras da Cultura”.

A escolha dos profissionais, empresas e instituições que receberão os troféus são feitas pelo Conselho Deliberativo do Núcleo de Estudos Açorianos, formado por 56 representantes das Prefeituras Municipais do litoral catarinense, Universidades Regionais e Fundações Culturais que atuam no litoral catarinense, SETUR, IPUF, SANTUR, Arquivo Público e Consulado Honorário de Portugal. Os componentes do Conselho Deliberativo têm o direito de fazer as indicações e posteriormente participarem da eleição dos agraciados. O troféu será entregue ao artista dia 03 de dezembro em cerimônia do NEA na cidade de Bombinhas.

O artista

Renato Amorim mora em Penha há mais de 25 anos e trabalha com turismo, porém é na arte do mosaico, aprendida por curiosidade há 20 anos, que dedica seu tempo livre. Autodidata, sempre se encantou com a arte colorida e criativa do mosaico, inspirado principalmente pela obras do espanhol Gaudí. “Como não tive nenhuma formação para aprender a técnica, precisei sozinho explorar, com erros e acertos, uma maneira individual desenvolver minha arte. Descobri que a matéria prima mais importante é a paciência. É quase uma meditação”, diz o artista.

O mosaico também contempla o conceito de reciclagem, com o reaproveitamento de peças descartadas de cerâmica. Além disso envolve um conceito muito discutido atualmente, que é a inclusão. Todas as formas precisam encontrar seu espaço. “Essa prática permanente de inclusão que o mosaico emprega me mostrou novos caminhos. Passei a trabalhar voluntariamente em um projeto de musicalização com autistas, na AMA – Itajaí. Os resultados são incríveis, as crianças têm talentos escondidos que precisam de uma oportunidade para ser extravasados. Cada um com um com suas particularidades, seus talentos, suas limitações, todos têm algo a mostrar, do seu jeito. Todos têm um espaço para se encaixar e revelar sua importância, todas as peças são importantes, exatamente como no mosaico.

Renato, que é natural de Itajaí, vinha há alguns anos pensando em levar o mosaico para as ruas, para ser uma arte mais próxima do público, que pudesse encantar e ser tocada pelas mãos. A sorte acenou quando ganhou uma vizinha, também mosaicista, na Praia Grande. “Brígida Dettmer, mosaicista de muita sensibilidade, veio morar na Praia Grande, pertinho da minha casa. Certo dia me procurou para propor justamente o que eu procurava: levar o mosaico para a rua. Foi daí que nasceu a idéia da ‘Árvore de Peixes’ projeto que abraçamos com muita vontade e permitiu a participação de mais de 200 peixes, produzidos pela comunidade, através de oficinas que oferecemos gratuitamente. Outros vários peixes vieram de toda parte do Brasil e de outros países. O espaço onde se encontra o mural foi cedido por um casal de amigos”.  O resultado foi surpreendente, a obra se tornou um patrimônio artístico que é apreciado com carinho pela comunidade e visitantes. Você não cansa de olhar. Todos os peixes são diferentes, envolvem técnicas, materiais e cores diversas. “É preciso apreciar a Árvore de Peixes de perto, sentir quanta energia ela concentra, sentir a emoção do trabalho de tantas mãos.”

O trabalho mais recente de Renato Amorim encontra-se em Barcelona, num trabalho coletivo, uma “Árvore de Mãos” idealizada pela Escola Trencadis,  movida pela causa “Por um Mundo sem Desnutrição Infantil” (Fundacion CONIN).

“A mosaicista espanhola Marta Eri aceitou minha mão Ibero-brasileira, que fiz com muito carinho e emoção. Já se encontra afixada em um mural na terra de Gaudí”, diz o artista.

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