A autópsia de um pinguim-de-Magalhães que encalhou em Penha nos últimos dias, revelou quatro canudos no estômago dele. A descoberta foi feita pela equipe da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) que atua no Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos. A ave apareceu, ainda viva, no dia 18 de junho, na Praia Vermelha. O animal estava debilitado, magro e desidratado quando foi resgatado. O peso normal para um pinguim da espécie é de 5 quilos. Esse tinha apenas 1,5 quilo – menos da metade do peso ideal.
O pinguim foi levado à unidade de estabilização de animais, que fica em Penha. Recebeu cuidados veterinários, mas não resistiu e morreu no dia seguinte ao resgate. O exame de necropsia apontou que a morte ocorreu por caquexia, que, segundo a médica veterinária Tiffany Emmerich, ocorre as energias corporais da ave se esgotam e é necessário um gasto proteico muito alto para manter o metabolismo e aquecer o corpo.
A caquexia pode ocorrer pelo desgaste do movimento migratório da espécie, mas também pela ingestão incorreta de alimentos. Neste caso, os resíduos que foram digeridos pelo pinguim bloquearam a entrada do estômago e podem ter facilitado a instalação da síndrome.
Esta é a época do ano em que os pinguins passam por SC, em rota migratória. Na semana passada, em um único dia 25 aves foram encontradas pelo Projeto de Monitoramento de Praias, em apenas seis cidades do Litoral Norte do Estado. Seis estavam vivos, e foram encaminhados à unidade de estabilização.
O Projeto recomenda que, quem avistar um pinguim debilitado, que esteja na faixa de areia sem se mover, deve acionar o monitoramento, colocar o animal em uma caixa de papelão, mantê-lo aquecido com um pano seco e aguardar a chegada da equipe. Não molhe, não coloque no gelo e não ofereça alimento.
O acionamento pode ser feito pelo telefone 0800 642 3341. A ligação é gratuita e funciona das 8h às 17h30min. Informe a praia, o município e um ponto de referência.
O Projeto de Monitoramento de Praias (PMP-BS) atende a um condicionante do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos. O objetivo é avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos.
Com informações da NSCT TV