O trimestre setembro, outubro e novembro compreende o final do inverno e o início da primavera no Hemisfério Sul. Por ser um trimestre de transição de estações, as chuvas que ocorrem neste período estão relacionadas a atuação de diferentes sistemas atmosféricos.
No inverno, os mais frequentes são as frentes frias – que podem vir acompanhadas de temporais com ventos fortes, queda de granizo e volumes elevados em curto espaço de tempo – e os ciclones extratropicais, que causam agitação marítima e ventos intensos em áreas litorâneas.
Já na primavera, o retorno do aquecimento e o aporte mais frequente de umidade vinda da região amazônica fazem com que sistemas convectivos de mesoescala ocorram principalmente na metade oeste do estado.
Estes sistemas podem provocar tempestades severas, comumente observadas nesta época do ano. De acordo com a meteorologista Elen Pelissaro, da Defesa Civil de Santa Catarina, no mês de setembro a precipitação média volta a aumentar em SC quando comparada aos meses de inverno, ficando com valores próximos à 200 mm no Grande Oeste e de 150 mm no Planalto Sul e Vale do Itajaí. Outubro é o mês mais chuvoso entre o Extremo e o Meio-Oeste, onde os acumulados mensais ultrapassam os 200 mm.
O El Niño – Oscilação Sul (ENOS) se encontra em configuração no oceano Pacífico equatorial, e a mudança no padrão atmosférico observado no sul do Brasil neste final de agosto já pode estar associada ao fenômeno. A previsão indica a concretização do El Niño durante os próximos meses, se prolongando durante o verão de 2023/24 com intensidade forte e pico máximo no trimestre novembro, dezembro (2023) e janeiro (2024).
Esta condição favorece a ocorrência de chuvas mais frequentes, intensas e volumosas em Santa Catarina, bem como o aumento da condição para temporais mais severos. Desta forma, a previsão é de precipitação acima da média climatológica nos próximos meses. Em setembro, ainda são esperadas chuvas dentro a acima da média, mas nos meses de outubro e novembro a expectativa é de chuvas acima do normal em todo o estado. Com relação às temperaturas, a previsão é de que fiquem acima da normalidade no trimestre. Dias mais frios e com grande amplitude térmica ainda devem ser observados (especialmente em setembro), porém não há expectativa de frio rigoroso e duradouro no período em questão.
Com previsão de chuva mais frequente no estado, como forma de prevenção é importante verificar as condições das áreas suscetíveis a deslizamentos de terra e também a manutenção dos leitos de rios. As calhas e tubulações de escoamento pluvial também merecem cuidados. Com a aproximação da primavera, a ocorrência de temporais se torna mais comum, assim como danos provocados por ventos intensos e queda de granizo. Com a atuação do fenômeno El Niño, os temporais podem ser ainda mais intensos e recorrentes que o normal. A boa notícia é que, com o retorno de chuvas frequentes e volumosas, a condição de estiagem no interior do estado tende a diminuir.
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Imagem: Penha Online