Comunidade da Praia de São Miguel está apavorada com obras de drenagem abandonadas na morraria


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Moradores da Praia de São Miguel, em Penha, estão revoltados com o descaso com a manutenção da obra do PRAD (Plano de Recuperação de Área Degradada) realizado na localidade a partir de 2017. Eles afirmam que na época o engenheiro da Prefeitura de Penha e também o engenheiro da empresa responsável deveriam acompanhar as obras de muito perto, no entanto, isso – segundo os moradores – não teria acontecido, pois as obras eram frequentadas somente pelos trabalhadores e às vezes alguns vereadores apareciam pra tirar selfie. Os reclamantes afirmam que lhes foi dito em uma reunião que a verba teria acabado, e o Governo Federal não teria mais para mandar à essa obra.

“A Defesa Civil de Itajaí foi acionada várias vezes, inclusive recentemente teve um deslizamento maior e a terra cedendo mesmo com tempo seco. Tem que ver urgente essa questão da drenagem, porque essa parte não foi feita”, conta um dos reclamantes.

Outro reclamante conta que atualmente os drenos dos taludes não estão mais funcionais: “houve estabilização dos taludes que acabaram soterrando ou deslocando os drenos. Se o descaso continuar, em pouco menos de um ano teremos novamente o problema do morro, uma vez que já iniciou a erosão por causa das águas da chuva, que não possuem mais o local correto de escoamento”, lamenta ele.

Em março último, moradores já haviam enviado imagens e pedidos de socorro, porém nada foi feito. Na ocasião, em nota à nossa reportagem, a Prefeitura Municipal de Penha informou que estava ciente do problema e que um laudo técnico estava sendo produzido com base no que foi licitado, para que a empresa responsável pela obra fosse notificada, assim terá que refazer o serviço que encontra-se na garantia.

A obra

Em julho de 2019 a Defesa Civil de Penha mapeou residências na região da Praia de São Miguel, com objetivo de ter em mãos informações importantes para garantir a segurança dos moradores. O Morro Sul da Praia de São Miguel era considerado pela Defesa Civil, área degradada e com risco de deslizamento. Um Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD) foi elaborado, e o município pedia liberação de verbas do Governo Federal, através da Defesa Civil Nacional, para realizar as obras de prevenção.

O projeto foi dividido em três etapas, para facilitar a obtenção e investimento de recursos. A primeira aconteceu junto à Rua Sinei J. Perreira, considerada com risco iminente de deslizamento. Foi feito ali a contenção das encostas com retaludamento e construção de calhas para escoamento da água da chuva, além da implantação de dissipadores de energia em concreto armado. O volume de corte e aterro será de 57.045,93 metros quadrados, numa área de 300 metros de extensão. O valor de investimento foi de cerca de R$ 280 mil.

Outras duas etapas do PRAD aconteceriam em duas áreas situadas ao longo da Rua Arno Becker, a principal estrada da localidade de São Miguel.

Ao custo quase R$ 300 mil a obra feita por CR Artefatos de Cimento e já apresenta diversas deteriorações nos materiais fornecidos, bem como na colocação dos mesmos.

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