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CREAS de Penha realiza primeiro encontro do Grupos de Mulheres no pós-pandemia

O Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Penha, ligado à Secretaria de Assistência Social, retomou na última sexta-feira, 25, um importante encontro mensal: a reunião de mulheres. Nele, elas tratam de assuntos pertinentes à saúde física e mental, numa troca de experiências com aporte direto de uma técnica equipe multidisciplinar. Neste, em peculiar, o momento pós-pandemia rendeu emotivos reencontros.

“Nosso reencontro foi lindo. Não nos víamos há alguns anos. Nossa história é muito semelhante, temos um passado muito triste. As minhas filhas, por exemplo me abandonaram, me deixaram sozinha e queriam me colocar em um lugar onde nunca mais me encontrassem”, comentou Dona Nina, minutos após reencontrar Dona Ana – que completa 92 anos no dia 11 de agosto. “Eu sofri muito na vida. Participar dessas reuniões me traz alegria”, relembra Ana.

Dona Ana e Dona Nina se uniram a outra dezena de mulheres, que conversaram ao longo da tarde – em evento que ofereceu ainda pequenos cuidados com a beleza, brindes e um saboroso café. “Esse é o primeiro encontro das mulheres no pós-pandemia. Mulheres que são vítimas de violência ou que são atendidas pelo Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI) e que nesses encontros tem sua sociabilização elevada”, enaltece a coordenadora do Creas, Soeli Ramalho.

Em situações como estas, a equipe do Creas atende, atualmente 35 famílias. Por meio desses grupos, os assuntos ganham profundidade ao longo do processo de solução. “A ideia do grupo é de trocar experiência entre mulheres em situação de vulnerabilidade extrema, risco social, mulheres em violência doméstica, idosos em risco, então, esse grupo é importante para partilhar essas experiências. Aqui, elas se escutem, se reconhecem e também se fortalecem”, acrescenta a assistente social, Karina da Silva Roca.

A assistente social acrescenta que “durante a pandemia, elas ficaram mais isoladas. A ideia é de que com esses grupos essa questão seja diluída e elas voltem a ter acesso pleno as políticas de proteção e amparo”. O psicólogo, Cláudio de Souza Limeira, reforça que “com a pandemia, os fatores de risco aumentaram sim, não só a violência da mulher, mas a questão da ausência socialização, das atividades em grupo e do próprio atendimento da rede de apoio – que ficou restrita aos casos emergenciais”.

Por isso, o profissional enaltece a reativação do grupo de mulheres. “A nossa intenção é abordar os mais diversos tópicos, trazendo assuntos em termos de liderança, liderança comunitária, saúde da mulher…Desta forma, vamos trazer mais qualidade de vida, melhor autonomia e protagonismo das mulheres aqui dentro do nosso município”, enriquece. Magda, de 30 anos, é uma das participantes do grupo.

“Estar aqui e participar do grupo me ajuda muito. As vezes, nem é dia de consulta e eu passo aqui. Acontece algo positivo, ou algo que me angustia, eu passo aqui para conversar”, desabafa. Ela procurou a equipe técnica do Creas após problemas com sua filha, que atingia a fase da adolescência. “Eu procurei o Creas por tive uns problemas com a minha filha adolescente e foi onde eu encontrei apoio. Muitas pessoas pensam que aqui apenas as pessoas problemáticas ou de baixa renda vem pedir apoio, mas, não. Foi aqui que eu encontrei uma família que me apoio para enfrentar e vencer esse problema pessoal”.

CREAS, DISCRETO E SIGILOSO

A advogada do Creas, Natalia Garcia, afirma que as mulheres precisam ter os conhecimentos sobre seus direitos ampliadas, uma vez que “Penha é uma cidade que tem muita violência doméstica, muitas situações de abusos de direito – especialmente com as pessoas mais idosas. Esse é um espaço, mão só de inserção comunitária, mas de convivência, de compartilhamento de experiências, de meios para que elas possam alcançar a independência financeira, de sair de relacionamentos tóxicos. Elas precisam saber que tEm uma rede de apoio aqui”.

No Creas, elas possuem um espaço discreto e sigiloso esclarecimentos jurídicos sobre os direitos “Para que elas saibam até onde podem ir e o que é delas, de direito – e como o município pode ajudar nisso também. O Creas é um atendimento 100% sigiloso. Somente nós temos acesso aos registros de usuários”, finaliza a advogada.

O secretário de Assistência Social, Sérgio de Mello, pontua que no Creas as famílias têm acesso a uma gama atendimentos voltados a informações, orientação jurídica, apoio à família, apoio no acesso à documentação pessoal e estímulo a mobilização comunitária. “Nós buscamos dar todo amparo necessário para que essas situações conflituosas possam ser resolvidas e as famílias, as pessoas, possam voltar ao seu ciclo normal de harmonia”, encerra.

 

Imagem: Prefeitura de Penha