O Penha Online recebeu a denúncia da família de um aluno da Escola Manoel Henrique de Assis, localizada no Centro de Penha, sobre bullying contra o estudante. De acordo com o que consta em um boletim de ocorrência gerado pela Polícia Civil, o jovem de 16 anos é autista nível 1, e sofreu uma tentativa de incriminação por parte de um colega.
“Minha mãe levou o Cauã pra escola. Na hora do intervalo, meu irmão foi surpreendido com um pacote de um pó branco dentro da mochila. Ele pediu orientação para a segunda professora, que levou ele pra direção. A diretoria não chamou minha mãe, e chamou o policial que fica na frente da escola, fazendo a segurança. Ele constatou que era Maizena. Às 11:30h, a mãe foi buscar ele. Dentro do carro, ele começou a chorar e contou o que aconteceu. Minha mãe voltou à escola para pedir explicações. A escola não tem câmeras. No outro dia de manhã, minha mãe achou melhor não levar ele pra escola, porque ao abrir o instagram, tinha mensagem de ameaça do tal menino que colocou o pó na mochila dele. Mandou um bocado de áudio ameaçando, porque viu ele batendo foto do pacote e indo pra diretoria. Minha mãe voltou na escola, foi na delegacia e registrou outro boletim de ocorrência. A escola preferiu que ele saísse, porque ele poderia sofrer represálias e porque a saúde mental dele já tava afetada. Minha mãe achou melhor mesmo tirar ele da escola. Ele já vem há muito tempo sofrendo bullying. Tem gente que faz parte da diretoria que é conivente com os erros da escola, abafando os assuntos, dizendo que não pode denegrir a imagem da escola, achando super normal o bullying, que é coisa de adolescente, só querendo tirar meu irmão da escola. Então pra eles foi melhor falar pra gente tirar ele de lá. Tiramos ele de lá porque só vinha acontecendo coisas ridículas. Esse foi o mais grave de colocarem droga falsa. Ficamos preocupados, porque tipo, na outra semana poderia ser algo muito mais grave. E ele desesperado porque não queria ir mas pra escola, porque sofria muito. Autista ainda, aí mesmo ficou desesperado. Já conversamos com Conselho Tutelar e estamos sendo orientados pelo advogado, porque o autista tem seus direitos. E depois de ter tirado meu irmão da escola, minha mãe e meu irmão voltaram lá para falar que o Cauã recebeu mensagem de um garoto da escola, e não quiseram receber eles. Um descaso. O Cauã é especial e merecia todo o suporte”.
Em nota, a diretoria da escola enviou a seguinte nota ao Penha Online: “A Equipe Gestora esclarece que no dia do ocorrido, apurou os fatos junto com o Policial do Programa Escola Mais Segura, que faz a segurança da escola diariamente. E que o mesmo, com 27 anos de experiência na Polícia Militar, constatou não ser droga e tratar-se de uma ‘brincadeira de mau gosto’. Mesmo assim, a mãe registrou um Boletim de Ocorrência. A ação da equipe escolar, através do Policial do Programa Escola Mais Segura, foi fazer o encaminhamento das informações para a equipe de inteligência da polícia para maiores investigações. Paralelamente a isso, apurou-se os fatos junto aos alunos que possivelmente teriam feito esta ‘brincadeira de mau gosto’. Além disso, fez todos os encaminhamentos com a equipe pedagógica e a situação foi registrada junto ao NEPRE – Núcleo de Política de Educação, Prevenção, Atenção e Atendimento às Violências na Escola e seguiu todas as orientações da Coordenadoria Regional de Educação de Itajaí. Ressalta-se que a família, como parceira da escola, esteve presente várias vezes no ambiente escolar, recebendo toda a atenção necessária. Mesmo com todo o encaminhamento, atendimento e amparo por toda a equipe, garantindo os Direitos das Crianças e Adolescentes, a família optou por transferir o aluno para outra unidade de ensino, por ser mais próxima de sua residência”. Para finalizar, a diretora Kátia ressaltou: “todas as situações que acontecem no cotidiano escolar, merecem atenção e cuidados e é necessário o desenvolvimento de projetos que envolvam a temática do Bullying, da responsabilidade em relação às postagens em redes sociais, dos impactos de certas ações que para alguns pode ser brincadeiras, mas que podem ter impactos significativos na vida das pessoas. E que existem valores que precisam ser resgatados”, concluiu.