Golfinho morto em rede de pesca passa por estudos na Univali de Penha


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Um golfinho-nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus) foi registrado sem vida pela equipe da Univali – Unidade Penha no canto da Praia do Baixio, em Porto Belo, na sexta-feira (24). O mesmo golfinho havia sido avistado por populares ainda com vida no dia anterior. Principais avaliações da equipe técnica apontaram morte por afogamento.

O primeiro avistamento do cetáceo ocorreu na quinta-feira (23), dia anterior ao encalhe no canto do Baixio. Técnicos e veterinários do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) se deslocaram até o local da ocorrência para atendimento, porém o animal retornou para a água depois de ser levado por uma embarcação para águas mais profundas.

A carcaça foi retirada do local e deslocada até a base do PMP-BS em Penha, onde passou por exame de necropsia para avaliar a condição de saúde e as possíveis causas de morte. O golfinho era um macho adulto, com 3,10 metros de comprimento total e 343 quilos.

De acordo com a médica veterinária Tiffany Emmerich, o cetáceo estava com bom escore corporal e se alimentava normalmente, o que indica que o golfinho era um indivíduo aparentemente saudável até o possível emalhe acidental em rede de pesca.

No exame externo foi possível observar diversas marcas lineares compatíveis com emalhe no petrecho pesqueiro, principalmente na nadadeira dorsal e nas duas laterais do corpo.

Outra observação importante na carcaça eram as proliferações de pele, indicativos de lobomicose, uma doença fúngica que causa infecção crônica. Ao redor das lesões disseminadas pelo corpo haviam ciamídeos (piolhos de baleia) e marcas de dentes por interação com outros golfinhos.

Já no exame interno, a equipe notou grande quantidade de lodo em todo o trato respiratório, possivelmente aspirado ainda em vida durante a situação do primeiro encalhe na praia. Um edema pulmonar grave, associado às demais observações, confirmou a suspeita de morte por afogamento.

Essa é uma espécie de golfinho popular e comum no litoral de Santa Catarina, ocorrente em águas tropicais e temperadas de todo o mundo. Entre as principais ameaças estão a interação com a atividade pesqueira, pela facilidade de alimento próximo às redes, a degradação dos ambientes em que habita e a poluição química e sonora.

O PMP-BS é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos.

Tem como objetivo avaliar possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos encontrados mortos.

O PMP-BS é realizado desde Laguna (SC) até Saquarema (RJ), sendo dividido em 15 trechos. A Univali monitora o Trecho 4, compreendido entre Barra Velha e Governador Celso Ramos (SC).

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Imagem: Fernanda Vieira de Maria / Univali-Penha