O governo de Santa Catarina decretou nesta terça-feira (17) situação de emergência por causa da pandemia do coronavírus. A medida foi anunciada durante entrevista coletiva, após a confirmação de que há casos de transmissão comunitária da doença no Sul do estado. O decreto proíbe por 30 dias a realização de eventos no estado, independentemente da quantidade de pessoas, e os serviços de transporte coletivo municipal, intermunicipal e interestadual durante sete dias, em regime de quarentena.
Veja abaixo as medidas restritivas do decreto:
Ficam suspensas por sete dias:
– Circulação de veículos de transporte urbano municipal, intermunicipal, interestadual de passageiros;
– Atividades e serviços privados não essenciais, como academias, shopping centers, restaurantes e comércio em geral;
– Atividades e serviços públicos não essenciais, nos âmbitos federal, municipal e estadual;
– A entrada de novos hóspedes no setor hoteleiro, mediante regulamentação por portaria específica.
Ficam suspensos por 30 dias:
– Eventos e reuniões públicos e privados de qualquer natureza, como excursões, cursos, missas e cultos religiosos
Sul do estado
Na região, onde foi identificada a transmissão comunitária, além de todas as restrições acima, as indústrias deverão operar com a capacidade mínima necessária.
Orientações
O governo do estado orienta que, caso a pessoa tenha sintomas de Covid-19, procure um posto de saúde e evite ir a um hospital. Nos postos de saúde, os agentes darão orientações em relação ao tratamento. Em caso de dúvidas sobre onde procurar ajuda, a recomendação é telefonar para 136, número disponibilizado pelo Ministério da Saúde.
Serão transferidos para Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) ou hospitais somente os pacientes graves. As demais pessoas com o vírus deverão ficar em isolamento e monitoramento em casa.
Prevenção
– Idosos e pessoas com doenças crônicas devem evitar ir a eventos com aglomeração;
– Evitar viajar se estiver com febre ou tosse;
– Evitar contato com pessoas visivelmente doenças, principalmente com sintomas respiratórios, como tosse ou coriza;
– Higienizar as mãos frequentemente, com água e sabão ou álcool em gel;
– Evitar tocar olhos, nariz e boca;
– Ao tossir e espirrar, cobrir a boca com lenço descartável ou antebraço. Jogar o lenço fora imediatamente;
– Se ficar doente durante uma viagem, procurar imediatamente a tripulação ou equipe médica de bordo;
– Em viagem, evitar comer alimentos de origem duvidosa ou preparados de forma inadequadamente;
– Evitar contato com animais silvestres ou animais doentes;
– Evitar que crianças e adolescentes com menos de 14 anos mantenham contato prolongado com pessoas de mais de 65 anos;
– Evitar circular por locais com grande aglomeração de pessoas, inclusive praias, lagos e lagoas.
Os municípios com diagnósticos confirmados são: Florianópolis (3 casos), Rancho Queimado (2 casos); Joinville (1 caso) e Braço do Norte, cujo único paciente está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital em Içara. Os demais estão em isolamento domiciliar. O tratamento é feito com medicações usadas contra a H1N1 e demais síndromes gripais e respiratórias, como antitérmicos e antigripais.
As novas regras no estado passam a valer a partir da publicação do decreto, o que deve ocorrer nesta quarta-feira (18). O texto determina o fechamento por sete dias de atividades não essenciais, como academias e comércio em geral, e proíbe a entrada de novos hóspedes no setor hoteleiro pelo mesmo prazo. Os serviços considerados essenciais, como os funerários, de saúde, farmácias, mercados e supermercados, postos de combustíveis e distribuição de gás e água, serão mantidos.
Na coletiva, o governador Carlos Moisés (PSL) disse que, ao se acompanhar o desenvolvimento da transmissão da doença em outros países, é possível perceber que depois do contágio comunitário os casos se multiplicam rapidamente.
“Há uma métrica que se calcula a projeção de casos. E se não houver uma intervenção restritiva, nós podemos ter, em poucos dias, 2 mil casos no território catarinense. Dois mil casos, e com 10% disso demandando terapia intensiva, respiração artificial, atendimento especializado, o que inviabilizaria o sistema público de saúde”, disse Moisés.