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Homem que matou ex-esposa Cristiane Huka, é condenado a mais de 36 anos de prisão

O feminicídio ocorrido após uma discussão por ciúmes levou à condenação de um réu no Tribunal do Júri de Navegantes a 36 anos e nove meses de reclusão em regime fechado. O Conselho de Sentença acolheu integralmente nesta semana, a tese do Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC), que denunciou o condenado pela morte da ex-esposa Cristiane Huka, então com 36 anos e morta a pedradas e facadas na frente do filho. Nos autos consta que ele entrou na residência da vítima e, munido de faca e pedra, golpeou a mulher, que perdeu a vida por causa dos ferimentos. A pena foi agravada porque toda a violência foi praticada em frente ao filho de 11 anos na época do crime. O feminicídio ocorreu em 15 de abril de 2023 no município de Luiz Alves, que pertence à Comarca de Navegantes, e foi noticiado aqui no Penha Online na ocasião.
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No Plenário do Tribunal do Júri, o Promotor de Justiça Victor Ribeiro Debastiniani, da 2ª Promotoria de Justiça da comarca, sustentou que o ex-marido cometeu o crime por motivo torpe, meio cruel, recurso que tornou impossível a defesa da vítima e pelo fato de a vítima ser mulher (feminicídio). Pesaram sobre ele também a violência doméstica, o menosprezo e a discriminação à condição de mulher, por ter descumprido uma medida protetiva de urgência, além de o feminicídio ter sido praticado na presença de um descendente – no caso, o filho de 11 anos. Os jurados acataram as teses do MP-SC ao decidirem pela condenação.

Detalhes do crime 

O ex-casal manteve uma vida conjugal por 19 anos e do relacionamento nasceram dois filhos. Em março de 2023, após desentendimentos, a relação terminou. Quinze dias antes do crime, a Cristiane tinha pedido medidas protetivas de urgência, temendo o comportamento agressivo do ex-marido, o que foi deferido pelo Juízo. O réu tinha ciência das medidas, uma vez que havia sido intimado. Em 15 de abril do mesmo ano, por volta das 13h25, o réu, prevalecendo-se da relação doméstica e familiar, invadiu a residência da ex-esposa, no bairro Laranjeiras, em Luiz Alves, e, depois de uma discussão, tirou a vida dela. Conforme a sentença, com base em depoimentos, o crime foi premeditado, já que o réu esperou a saída da filha e do namorado para entrar na residência e pôr o plano em prática.
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Motivado por ciúmes, o ex-marido golpeou a vítima com quatro facadas no pescoço, além de golpes na cabeça com uma pedra. Toda a violência foi presenciada pelo filho de 11 anos, que, na tentativa de ajudar a mãe, foi empurrado pelo pai e fugiu do local em busca de ajuda. Após o crime, o ex-marido mandou mensagem para um amigo tentando vender uma moto e o convidou para ir a uma festa, não demonstrando nenhum remorso. Como efeito da condenação, o Juízo da Vara Criminal de Navegantes decretou a perda do poder familiar do réu em relação ao filho. Ele também foi condenado a pagar uma indenização por danos morais, fixada em R$ 100 mil. O réu foi imediatamente recolhido ao Complexo Penitenciário do Vale do Itajaí logo após a sentença ser proferida.

 

Imagem: arquivo / Penha Online