A hanseníase, uma das doenças mais antigas da humanidade, é considerada um problema de saúde pública no país até hoje. Por isso, o movimento Janeiro Roxo foi criado em 2016 pelo Ministério da Saúde (MS) para alertar sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado da doença.
No ano de 2019, foram reportados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) 202.185 casos novos da doença no mundo. Seguido pela Índia, o Brasil ocupa a segunda posição em relação ao número de casos no mundo. Segundo dados recentes do Ministério da Saúde, em 2020 o Brasil registrou 17.979 casos novos da doença, apresentando redução de 55% em relação ao número de casos do ano anterior.
Entre os estados da federação, Santa Catarina apresenta um dos menores números de casos da doença junto com o Rio Grande do Sul. No período de 2016 a 2020 foram notificados um total de 627 casos novos, destes, 15 casos (2,4%) diagnosticados em menores de 15 anos.
“Se você apresenta uma ou mais manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo, com diminuição ou perda da sensibilidade ao calor, à dor e ao tato é importante procurar um serviço médico para entender melhor a situação, uma das doenças que pode apresentar esses sintomas é a hanseníase”, explica Lígia Castellon Gryninger, médica infectologista da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de SC (DIVE/SC). “A doença tem cura, mas se houver demora no diagnóstico ela pode deixar sequelas para o indivíduo”, alerta.
Além do Janeiro Roxo, Santa Catarina incentiva o diagnóstico precoce e a conscientização sobre a doença no Dia Estadual de Combate à Hanseníase, data celebrada no dia 11 de março de cada ano.
Sobre a hanseníase
A hanseníase é causada por uma bactéria, transmitida pelas vias aéreas superiores, por meio de contato direto e prolongado com o doente sem tratamento. Entre os principais sintomas, que podem demorar de dois a sete anos para se manifestar, estão manchas na pele com alterações de cor e de sensibilidade (a pessoa pode se queimar ou cortar sem sentir dor), dormência, queda de pelos e o comprometimento de nervos periféricos, levando à perda da força dos músculos.
As pessoas que convivem intimamente com o doente também devem ser examinadas, pois assim poderão ter o diagnóstico na fase inicial, prevenindo a progressão da doença e a instalação das incapacidades físicas e deformidades que geram preconceito e discriminação aos portadores.
Se não tratada na forma inicial, a doença quase sempre evolui, torna-se transmissível e pode atingir pessoas de qualquer sexo ou idade, inclusive crianças e idosos.
A hanseníase é uma doença de notificação compulsória em todo o território nacional e de investigação obrigatória. O diagnóstico e o tratamento são oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).