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Laudo médico aponta a causa da morte do menino Benjamin; mãe responde insinuações de maus tratos

Neste domingo o Penha Online teve acesso ao laudo médico do menino Benjamin Junges, de 3 anos e 7 meses, que foi encontrado sem vida na tarde da última sexta-feira (12) em Penha, dentro de sua própria residência, fato que culminou em uma investigação da Polícia Civil e levantou boatos acerca do caso.

Nossa reportagem conversou com a Louizi, mãe do menino, e ouviu seu relato sobre todo o ocorrido. Sim ouve mesmo uma investigação. Ela inicia detalhando que Benjamin tinha Paralisia cerebral quadriplágica espástica ou encefalopatia bilirrubina crônica, causas da paralisia cerebral icterícia ao nascer.

“Dentro deste quadro explica-se que a doença é fatal. Ela vai paralisando os órgãos até que vem a óbito. Nos últimos meses o Benjamin foi levado ao hospital pra atendimento de emergência várias vezes no Pronto Atendimento de Penha, na emergência da Unimed… na última segunda-feira (08) eu levei ele até a emergência da Unimed onde foi feito exames de sangue, urina e raio X do tórax, onde os resultados foram anemia, infecção urinária e pneumonia bacteriana no pulmão direito”, conta Louizi.

Segundo ela, o menino foi atendido, recebeu toda medicação, ficou em monitoramento cardíaco, a saturação estava boa, mas ele precisava ser internado e seu plano não cobria internação, nem cirurgia. “A médica da Unimed fez todo o possível, conseguiu uma vaga pra ele no Pequeno Anjo em Itajaí. Por volta das 13:10h fomos transferidos. Ele foi levado até a UTI e foi deixado somente com a medicação que recebeu na Unimed. O soro que veio nele ficou o dia todo. Não deixaram eu dar água, nem o ‘mamazinho’ pro meu filhote. Ele fico lá só tomando dipirona na parte da tarde . Chamei a enfermeira, pedi pra dar alguma coisa pra ele comer ou beber e ela respondeu que a médica não tinha passado nenhuma dieta pra dar pro Benjamin. Até então isso já se aproximava das 17h e ainda não tinham feito a ficha dele. Me chamaram pra fazer a ficha, pediram o cartão da Unimed. Eu disse que era pelo SUS a internação, aí já pediram outros documentos. Eu voltei ao quarto pra buscar, foi aí que registraram ele no hospital. Aquilo foi me dando raiva, ninguém examinava ele e não podia dar comida e nem água. Aí eu fui falar com a enfermeira pra me informar como fazia pra tirar o Benjamin de lá, e ela me perguntou:  ‘por quê mãezinha’? Eu me segurei pra não me alterar e só respondi que ali não era lugar pra ele, aí ela foi ver o que tinha que fazer e depois me falou que ia chamar o Conselho Tutelar. Eu falei que podia chamar, então ela tirou os acessos da mãozinha dele, peguei ele fui embora pra casa”, detalha.

Louizi conta que já em casa deu “mamá”, água, remédio pra febre, ele mamou, tomou banho, mamou de novo e dormiu a noite de segunda-feira todinha, e durante a semana estava bem, não teve febre ou qualquer problema que os fizesse recorrer ao hospital de novo.

“Aí na sexta-feira (12) de manhã ele acordou por volta das 06:30h, mamou e dormiu, acordou por volta de 07:30h e fui assistir desenho com ele. Fiquei até umas 10:30h, quando fiz ‘mamá’ de novo pra ele. Ele mamou e aí chamei minha filha pra ficar um pouco com ele. Ela pegou o ‘Bê’ e levou ele na área do fundo por uns minutos, depois foram pra cama ficar no Tik Tok, porque os dois ficavam no Tik Tok todos os dias antes dele dormir. Aí ele dormiu e ela coloco o Benjamin na caminha dele, de bruços com as mãos em cima do travesseiro, como sempre. Nesse tempo em que ela estava com ele, eu estava costurando umas peças de roupa que tinha pra entregar, como de costume. Aí deixei ele dormindo e fiquei fazendo meu serviço”, conta.

A mãe conta então que às 13:10h uma servidora da Saúde de Penha mandou mensagem que estava chegando com uma médica pra visitar o Benjamin. “Aí eu sai ao encontro delas, convidei a entrar e quando chegamos no meu quarto que eu olhei o Benjamin ele estava de cabecinha enfiada no travesseiro, com as mãozinhas esticadas pra trás já em tom azulado. Quando toquei nele, ele estava gelado aí já entrei em choro. E foi aí que o circo todo se formou. Pelo que eu entendi no momento a equipe médica achou que eu tinha sufocado ele. Aí chamaram o Corpo de Bombeiros, foi constatado morte. Aí chamaram a Polícia porque eles não entenderam o ocorrido; vieram duas viaturas, começaram a me interrogar, aí um parava e vinha outro, e assim foi por umas horas. Fui ouvida por seis ou mais autoridades diferentes, enquanto o corpo do meu filho estava sobre a minha cama. Chamaram o IML e também fui interrogada pelo médico. Os peritos me interrogaram também individualmente. Interrogaram minha filha de 15 anos que estava na escola, o meu marido que nem em casa estava, ele é motorista de caminhão e estava em Pomerode quando eu avisei. Quando ele chegou a Polícia o interrogou. Isso que quando foi pra liberar o corpo no IML eu fui interrogada novamente pela perita e pelo médico. O médico não entendia o motivo da morte. Pelo que foi passado ao médico meu filho havia sido maltratado por mim. Só q o médico não achou indícios de maus tratos no meu pequeno. Nem nada que pudesse causar uma morte. Só que no caso do Benjamin o médico perguntou se ele tinha problema de coração. Eu disse que não, que nenhum médico no momento sabia de nada”, finaliza Louizi.

O laudo assinado pelo médico Dr. Marcio G.B. Westphal atestou a morte de Benjamin como mau súbito.