Um estudante do sétimo ano do ensino fundamental da rede municipal de Penha deixou de ir às aulas nesta semana devido a falta de intérprete de libras, uma vez que o menino é deficiente auditivo. A mãe do adolescente conta que já percebeu que talvez fosse ter problema em 2022 quando foi matricular seu filho ao fim de 2021, momento em que recebeu a informação de que não teria profissional tradutor de libras na rede.
Em denúncia ao Penha Online, a mãe lembra que na segunda-feira (07), primeiro dia de aula do jovem na Escola Municipal Rubens João de Souza, no Centro de Penha, ao saber que não havia intérprete na escola quis entrar com o filho para apresentar o local, mostrando a sala de aula, mas segundo ela, foi impedida.
“Então na terça-feira quando fui na secretaria de Educação me disseram iam tirar o profissional de outra escola e mandar para o Rubens. Aí eu questionei, que eles mesmos tinham tido que não tinha profissional na rede, então eles disseram que esta pessoa não é intérprete, mas é uma pessoa que ‘sabe alguma coisa’. Enfim, ele precisa de uma pessoa que seja intérprete igual ele tinha quando estudava em colégio estadual, e não de uma pessoa que saiba mais ou menos”, conta a mãe.
Na manhã da sexta-feira (11) ela afirmou ter recebido uma ligação com a solução para o caso: “Hoje me ligaram e disseram que iam mudar ele de escola, conseguiram intérprete pra dar a atenção que ele merece. Mas agora ele ficou traumatizado, pois o atendimento que foi dado pra gente na segunda-feira, ele ser largado no portão do colégio sem conhecer e ainda sem deixarem eu entrar, foi absurdo. Mas ainda bem que a princípio resolveram, pois eu já tava indo pro Conselho Tutelar. Vamos ver como vai ser daqui pra frente. Aonde é que tá a inclusão que tanto falam, que uma diretora não soube nem receber o aluno, que precisou voltar embora?”, conclui a mãe.
Em nota ao Penha Online, a Secretaria de Educação de Penha prestou a seguinte informação:
“O aluno vem sendo assistido desde o primeiro dia de aula – momento em que ele e sua mãe conheceram toda a estrutura escolar. O acesso posterior da mãe foi restringido diante do Plano de Contingência da Educação voltado à prevenção do coronavírus. Com relação à profissional de libras, houve uma alteração uma vez que a professora inicial optou por aceitar uma outra proposta de trabalho. Imediatamente, a Secretaria de Educação contratou uma nova profissional que, ao longo da terça-feira, 8, foi qualificada para atender as necessidades do aluno. A profissional – graduada em Pedagogia, com pós-graduação em Libras e Educação Especial, Psicopedagogia e Supervisão Escolar – está na escola desde quarta-feira, 9, aguardando o aluno para o início das atividades curriculares. A Secretaria de Educação pontua ainda que tem extremo compromisso e responsabilidade com a Educação e com os alunos com alguma necessidade especial. Neste ano, são 180 alunos com autismo, cegueira ou surdez, que são atendidos por profissionais qualificados. A pedido da própria mãe, o aluno foi matriculado em outra unidade, que segue aguardando o aluno, que será recebido com carinho e acolhimento por toda a equipe técnica da unidade.”
Por fim, a mãe contesta a versão da escola na menção ao aluno estar sendo assistido desde o primeiro dia de aula, pelo fato de ele não ter mais ido a partir de terça-feira e também sobre o ponto onde a nota declara em que mãe e filho conheceram toda a estrutura da escola, quando na verdade isso ocorreu ao fim de 2021 quando do ato da matrícula, porém no primeiro dia de aula o aluno não sabia onde era sua sala de aula e a entrada da mãe não foi permitida, para guiar seu filho.
Imagem: Arquivo/Facebook Escola Rubens João de Souza