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Médicos que trabalham em Penha através de empresa terceirizada denunciam: “não recebemos salário desde maio”; secretário de Saúde ameaça quebrar contrato

O Penha Online recebeu denúncias vindas de médicos que atuam no município de Penha através de uma empresa terceirizada, situada na cidade de Curitiba-PR. A empresa possui contrato com a prefeitura de Penha, através do qual tem por obrigação o fornecimento de mão de obra através de profissionais da área da Saúde, especialmente médicos. As denúncias dão conta de que a empresa está desde o mês de maio sem efetuar o pagamento de seus funcionários.

“A equipe médica está sem receber desde maio, dificultando os trabalhos. Tem profissionais até desistindo de fazer plantão e trabalhar na cidade. E os médicos que estão fixos já estão procurando outras cidades para trabalhar. O caos está formado. Tá bem complicado. Insatisfação e desmotivação total. Muitas cobranças, só deveres e nada de direitos. Já achamos errado o fato de recebermos só dia 30 do mês seguinte, e dessa vez jogaram o pagamento para 07 de julho. Nesse dia mandaram um lindo recado nos grupos dizendo que só dia 14/07. A empresa culpa a prefeitura, e prefeitura diz que está tudo em dia. Os profissionais médicos estão sem respaldo. Com contas a pagar, e sem direito algum, se ficam doentes não recebem, se deixam de trabalhar não tem nenhum direito, não recebem férias, décimo terceiro, insalubridade, adicional noturno, alimentação, convênio, nada de direitos, só deveres e cobranças, sendo que todas as prefeituras da região pagaram em dia. A população nem imagina que lá dentro está um caos, pois mesmo com tudo isso os profissionais estão atendendo normal. Graças a toda a equipe que é competente. Os cidadãos tem o direito de saber e quem sabe assim descobrimos o real motivo disso estar acontecendo”, afirmam os denunciantes em um conjunto de mensagens enviadas à redação, onde avisam ainda que a partir do sábado, dia 15, todos irão cruzar os braços se os pagamentos não forem realizados na sexta, 14.

O comunicado emitido na última sexta-feira, dia 07, em um grupo de WhatsApp, e assinado por Matheus, narra a problemática sob a ótica da empresa.

“Bom dia, Doutoras e Doutores. Lamento estar passando um parecer apenas agora. Estávamos buscando resolver os pagamentos até agora, contudo, infelizmente, os depósitos não poderão ser efetuados hoje. Ocorreu um problema na conferência das notas fiscais da empresa junto à Prefeitura de Penha e foi necessário fazer a reemissão de todas as notas. Portanto o prazo máximo para o pagamento deve ser até a próxima sexta-feira (dia 14), mas informo que estaremos correndo para levantar recursos de outras fontes e realizar os pagamentos antes. Lamentamos imensamente o ocorrido. Desde nossa empresa assumiu em Penha, há mais de 3 anos, sempre tivemos o compromisso de realizar todos os pagamentos em dia. Estaremos trabalhando para resolver todas as pendências o mais rapidamente”, disse Matheus.

O secretário de Saúde de Penha, Rodrigo Medeiros, informou ao Penha Online que está procedendo com uma notificação contra a empresa terceirizada. “Fiz a empresa se comprometer em vir aqui nesta quarta (12), me mostrar o que estão devendo e o que esta pago. Essa situação não pode acontecer, se eles continuarem nesse formato, sem pagar os funcionários, vamos quebrar o contrato, não tem como manter o serviço”, disse o secretário, que convocou reunião também com as secretarias de Administração e Fazenda de Penha, no intuito de avaliar a situação financeira da empresa para determinar os próximos passos, no intuito de exigir da empresa o pagamento imediato dos médicos.

O diretor da empresa, Rodrigo de Oliveira Dias, fez contato com o Penha Online e afirmou que as Notas Fiscais foram com códigos errados, e tiveram que ser refeitas, o que expirou a ordem cronológica. “O problema deve ser resolvido nesta semana, foi a única vez que aconteceu, foi algo pontual, um problema no administrativo, e a culpa foi totalmente nossa. Nós muitas vezes inclusive adiantamos os pagamentos, mas desta vez deu este problema. Já Estamos nos movimentando para resolver isso e para que o problema não ocorra mais”.

 

Imagem: Agência Brasil