O Penha Online recebeu a reclamação de uma moradora de Penha, acerca do Instituto Adonhiran, hospital particular que realiza procedimentos cirúrgicos ao lado do Pronto Atendimento de Penha. Na reclamação, a denunciante afirma que sua mãe, pela segunda vez, teve uma cirurgia cancelada em cima da hora, mesmo após ter ficado por horas esperando pelo procedimento:
“Minha mãe tinha cirurgia marcada para a tarde desta quinta-feira (26) ali no Hospital Nossa Senhora da Penha. Ela ficou a tarde toda lá, desde a hora do almoço, esperando pra fazer a cirurgia. Mas aí chegou no fim da tarde e eles simplesmente informaram que tinha excedido o limite de cirurgias no dia e ia ser remarcado. Já é a segunda vez que fazem isso com ela. Ela faltou no trabalho, teve que ficar lá naquele calor esperando, um descaso, não tem um mínimo de estrutura pro pessoal ficar, principalmente os idosos, que são maioria. Não tem água pra beber, lugar pra sentar, é complicado, é péssimo”, disse a reclamante.
O Penha Online conversou com a Jaqueline Muller, enfermeira responsável técnica, para verificar os problemas encontrados pela paciente. “Infelizmente procede o cancelamento dessa paciente. Nós estávamos com um mutirão de cirurgias de cataratas nessa semana, que foi até quinta (26). E nós tivemos um problema agendamento, pois sempre abrimos agenda pra 110 pacientes, mas tivemos um problema da regulação, que acabou fazendo alguns encaixes e realmente excedeu o limite, então a gente não consegue realizar acima de 120 cirurgias, porque humanamente é inviável para o cirurgião. E infelizmente tivemos que cancelar alguns pacientes”, comentou ela.
Segundo a Jaqueline, os pacientes já saíram do local com a data marca para 16 de fevereiro: “conseguimos reagendar todos eles, e eles já saíram daqui com a data na mão, pro próximo mutirão, isso vai impedir que eles voltem para a fila do SUS e tenham que esperar tudo de novo. Isso ocorreu por causa dos encaixes no agendamento do SISREG (Sistema de Regulação do Ministério da Saúde), esses encaixes não eram pra ter acontecido”.
Questionada sobre a infraestrutura do local, a enfermeira responsável afirmou que o ar condicionado não deu conta da temperatura alta de ontem da quinta-feira: “a gente atende uma média de 110 pacientes pra cirurgias, só que vem o retorno dos pacientes também, então a gente tem um fluxo aproximado de 200 pessoas. O ar condicionado fica numa sala onde a porta acaba ficando aberta porque os pacientes entram e saem, são consultas rápidas, só que o fluxo é alto porque tem também muitos acompanhantes, que a gente orienta que fiquem do lado de fora, mas como muitos pacientes são idosos e precisam de acompanhantes, o fluxo aumenta mais. Mas já compramos hoje mesmo outro ar condicionado maior, está aqui e vai ser instalado nessa sexta-feira”, comentou ela, enviando em seguida uma imagem dos aparelhos armazenados já no local.
Sobre o tempo de espera, Jaqueline afirma que após o cadastro, é feita a dilatação de pupila que pode levar entre 40 e 60 minutos conforme comorbidades da pessoa, e há ainda outros procedimentos necessários: “depois disso eles passam por um aparelhinho pra fazer um auto refrator, que é um exame pré-consulta, então dilata mais um pouco pra passar por outra consulta, e dilata mais um pouco e tem mais esse tempo de espera. E infelizmente esses pacientes que a gente teve que cancelar, eles já tinham passado por todos esses processos, e na hora da cirurgia, tivemos que dispensá-los”, concluiu ela, afirmando que são problemas pontuais e que o Instituto Adonhiram é um hospital particular e por sua reconhecida qualidade, tem contrato com a Saúde de Santa Catarina, convênio pelo qual atende pessoas de todo o estado, realizando cirurgias, exames e consultas.