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Pescadores serão investigados por crime ambiental contra baleia cometido em Penha

Imagens que circularam nas redes sociais neste fim de semana mostram uma baleia que teve a cauda decepada por pescadores. No vídeo, os pescadores dão a entender que a baleia teria enroscado na embarcação e o animal poderia virar o barco. Um dos pescadores comentou durante o vídeo “escapou de botar o barco no fundo”.

O pesquisador Jules Soto, curador do Museu Oceanográfico da Univali, em Balneário Piçarras, diz que um animal como o que aparece nas imagens não teria condições de virar a embarcação. Ele identificou a baleia como uma jubarte, espécie que passa pelo Litoral catarinense em seu ciclo migratório, e está entre as mais protegidas do mundo. O espécime, segundo o professor, parece ser jovem.

O pesquisador disse também deduzir que ela tenha se enroscado nos cabos de tração; os cabos vão se fechando e a reação da baleia é girar para tentar se libertar, mas de forma alguma uma baleia daquele tamanho coloca um barco daquele a pique. Há uma desproporção muito grande de massa. Ele complementa chamando o ato de atrocidade, pois é um animal protegido por lei e o correto seria cortar ou soltar o equipamento de pesca, para libertar a baleia. O pesquisador concluir dizendo que o fato é um problema da empresa de pesca, de forma alguma tem que ser problema da baleia, viva, naquela condição. O resultado é um desastre para os pescadores, que vão ter que responder por isso, e também para a baleia.

A cauda é o instrumento de tração das baleias, o que permite que elas se movimentem livremente. Sem a nadadeira, a jubarte ficará à deriva, carregada pelas correntes marítimas. Poderá encalhar em alguma praia, ou morrer por não conseguir mais se alimentar.

Pelos menos dois pescadores foram identificados, entre eles o mestre do barco (responsável pela embarcação)Foi instaurado um processo administrativo de âmbito federal, que será conduzido em Brasília. O caso é investigado pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade e a apuração preliminar indica que o caso teria ocorrido em Penha e a embarcação envolvida seria de Itajaí. Caso fique comprovado que o corte foi feito intencionalmente, os pescadores responderão por crime ambiental.