Pinguins já estão chegando na região; conheça um pouco mais e saiba como colaborar para evitar a morte deles e outros animais marinhos


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Os visitantes clássicos da temporada mais fria do ano chegaram nas praias monitoradas pela Univali – Unidade Penha. Os pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) são visitantes anuais das praias brasileiras. Partem das colônias reprodutivas no litoral da Argentina e do Chile rumo ao Brasil em busca de alimento. Os grupos migratórios são formados, geralmente, por indivíduos inexperientes, que estão cumprindo o primeiro deslocamento.

Ciclos migratórios são comportamentos importantes para as espécies. A ideia da seleção natural é que retorne para as colônias os indivíduos aptos para reprodução. É natural a morte de pinguins fracos, que por razões biológicas não tiveram forças para acompanhar o grupo.

Dados levantados durante mais de cinco anos de monitoramento de praias trazem outra informação: muitos pinguins “saudáveis” morrem nessa viagem por razões humanas. Entre as principais interações antrópicas (a interação com alguma atividade humana) está o emalhe nas redes de pesca.

Pinguins são animais pulmonados – possuem sistema respiratório, como os golfinhos, as baleias, as tartarugas, os humanos… Então é uma espécie que respira fora da água.

Enquanto nadam livremente no mar pode ocorrer de se enroscarem acidentalmente em uma rede irregular. Quando isso acontece, o pinguim não consegue retornar à superfície para respirar. Esse acidente pode levar à morte por afogamento.

O que chamamos de “redes irregulares” são artefatos de pesca usados por populares que não cumprem com as leis ambientais, instalando redes de espera ou redes fixas próximas de costões ou em áreas de preservação ambiental.

A pesca amadora deve se atentar ao ambiente e às leis vigentes, pois, geralmente, são pessoas que não possuem tamanha vivência e experiência com a vida no mar. Em períodos de férias, por exemplo, se vê mais redes instaladas nas praias, em desacordo com as leis. Muitos pescadores artesanais e profissionais têm noção sobre os animais que interagem com a pesca e evitam práticas que possam colocar em risco a fauna que não é o alvo da pescaria.

A denúncia de petrechos de pesca irregulares deve ser feita aos órgãos fiscalizadores competentes: Ibama, Polícia Militar Ambiental e setores de meio ambiente municipais.

Outra ação observada nos estudos da Univali é a ingestão de resíduos sólidos. Muitos pinguins chegam com o estômago forrado de lixo e morrem em decorrência de doenças secundárias. Cerca de 80% do lixo no mar tem origem terrestre. Cuidar do oceano é uma prática que começa com os nossos hábitos, que reflete não só na saúde do mar, mas sim da vida como um todo.

O PMP-BS é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos.

Tem como objetivo avaliar possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos encontrados mortos.

O PMP-BS é realizado desde Laguna (SC) até Saquarema (RJ), sendo dividido em 15 trechos. A Univali monitora o Trecho 4, compreendido entre Barra Velha e Governador Celso Ramos (SC).

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Imagem: Univali-Penha