Serviço de abordagem social faz 191 abordagens no primeiro semestre de 2020


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O Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) de Balneário Piçarras emitiu relatório nesta semana que trouxe dados referente ao trabalho de abordagem social executada pelo órgão durante o primeiro semestre de 2020. Ao todo foram 191 abordagens realizadas no período, sendo que destas 121 foram de pessoas que estavam em processo migratório.

“Em nosso município percebemos grande número de migrantes, que são pessoas que transitam pelas cidades oscilando a saída da rua e voltando para ela em recaídas, mas que não ficam muito tempo fixos nos locais”, explica a psicóloga e coordenadora do CREAS, Tatiane Fermiani. O relatório traz ainda que num período de um ano, foram feitos 30 encaminhamentos para internações em comunidades terapêuticas.

Os procedimentos realizados a partir da abordagem social são de identificação, mapeamento de vulnerabilidades, atendimento, acompanhamento e intervenções no sentido de enfrentamento e superação das violências vivenciadas. “Promovemos a aproximação com este público para tentar resgatar o vínculo familiar e comunitário, além de inseri-los nas políticas públicas de Assistência Social”, pontuou a secretária de Assistência Social, Ana Paula Ribeiro Stiebler.

Dentre o trabalho de inclusão, acontece a promoção de ações para sensibilização de tratamento de saúde, ações para inclusão no mercado de trabalho, regularização dos documentos básicos, realização de entrega de roupas e ações de encaminhamento para o Cadastro único, solicitação de auxílios como o Bolsa Família, Auxílio Emergencial, BPC e demais benefícios possíveis em cada caso.

“Todo este processo, vale reforçar, se dá pelo estabelecimento de uma relação de vínculo e confiança, a qual necessita mais do que apenas um atendimento, e por isso, é um trabalho contínuo e permanente, que exige tempo e muita sensibilização frente a estas pessoas que estão, em sua maioria, sofrendo com vários tipos de violações e violências”, frisa Tatiane.

A psicóloga traz uma observação referente ao preconceito social. “Existe o pensamento higienista de apenas buscar que tiremos a pessoa dos locais públicos, sem se preocupar com a construção de um novo projeto de vida para estas pessoas e oportunidades reais de mudança. Por isso, precisamos também nos comunicar com a sociedade para desconstruir esta visão e mostrar de como o trabalho é um processo contínuo e que exige ações a longo prazo”, finaliza.

O trabalho de abordagem é realizado pela Secretaria de Assistência Social de forma frequente e já trouxe resultados positivos com vários casos de pessoas que resgataram seus vínculos sociais, comunitários e trabalhistas. Atualmente o maior ponto de enfrentamento continua sendo os vícios em drogas e álcool.