Um terreiro de Umbanda localizado no bairro Quinta dos Açorianos, em Barra Velha, foi alvo de um ato de intolerância religiosa. Os responsáveis pelo local se depararam nesta quarta-feira (07) com um cartaz de ameaça na parede do local. “Encontramos colado em nossa entrada, um panfleto com ameaças, mensagens de ódio e desrespeito à nossa fé. Somos uma casa de amor, humildade e respeito ao próximo. Não aceitamos que nossa espiritualidade e nosso solo sagrado sejam atacados. Denunciamos esse crime e pedimos o apoio da imprensa e da sociedade para dar visibilidade a esse absurdo. A luta contra a intolerância religiosa é de todos! Axé, paz e respeito”, afirmaram em nota oficial divulgada na internet.
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Repleto de erros de ortografia, o recado contém o seguinte conteúdo: “Vínhamos por meio desta carta aberta convidá-los para se retirar de nosso território cristão, caso contrário iremos destruir tudo e todos. Isso não foi uma ameaça, mas não espere uma, espere o ato. Não nos subestime, foi apenas um aviso”, diz a mensagem, assinada por Partido Nacional Integralista Dos Trabalhadores Brasileiros. O cartaz ainda traz a frase “Deus, Pátria e um Füher” e um símbolo contendo as palavras “facismo e libertá”.
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O Integralismo foi um partido e movimento político surgido no Brasil na década de 1930, influenciado pelos ideais e práticas fascistas, que se desenvolveram na Europa após o fim da I Guerra Mundial. O movimento de extrema-direita foi fundado com o nome de Ação Integralista Brasileira (AIB), em 1932, quando o jornalista Plínio Salgado lançou o Manifesto de Outubro. O Integralismo teve inspiração em ideais nazistas e fascistas da Europa, embora não incluísse o racismo entre seus preceitos. Seu lema é “Deus, pátria e família”, e seus símbolos são a letra sigma e a saudação anauê. Embora se aproximassem da política varguista, os integralistas foram perseguidos pela ditadura de Vargas. Atualmente, ainda existem como resquício no cenário político brasileiro.
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Intolerância religiosa é crime e deve ser denunciada à Polícia Civil pelo telefone 181 ou WhatsApp (48) 98844-0011.