Na sexta-feira da semana anterior (30/08), o Penha Online recebeu uma denúncia de um homem em situação de rua que alegava ter sido retirado das ruas de Balneário Camboriú e ter sido trazido para Penha, conforme relato que você leitor(a) pode acompanhar no vídeo que segue esta publicação (assista ao vídeo no final desta matéria). Nesse relato, o denunciante afirma que na noite da quinta-feira (29/08) foi colocado em uma van da Assistência Social de Balneário Camboriú com outras cinco pessoas, para posteriormente serem trazidos até Penha, onde ele apanhou e foi deixado. “Eles falaram que iam matar nós, do nada, não queriam mais morador de rua em Balneário Camboriú e me bateram, me espancaram”, afirmou ele, declarando que pensou que seria levado para um albergue, porém tudo virou uma sessão de espancamento.
Ainda na sexta-feira em questão, o Penha Online conversou sobre o caso com José Henrique, o “Pelica”, servidor da Assistência Social de Balneário Camboriú. “Isso aí é uma situação pesada, é uma denúncia grave, e essas denúncias têm que ser apuradas. Tenho todos os relatórios dos últimos tempos. A gente sempre recebe moradores de outras regiões e estamos fazendo uma carta aberta à todas as prefeituras pra que peguem mais firme e não queiram mandar o problema pra outra cidade, porque Assistência Social a gente tem que fazer em todos os municípios, não só Balneário Camboriú. Todos têm que pegar junto e não encaminhar o problema pra outra cidade. Eu digo com toda certeza que essa informação que te chegou é inverídica. A gente entende que o morador de rua também é cidadão e a gente tenta fazer o máximo pra conciliá-lo e ajudá-lo de alguma forma a voltar pra sua cidade. E quando ele não quer voltar, procuramos algum tratamento. Tem gente que nós abordamos 120 vezes só nesse ano, outra 140 vezes, e continuam na cidade, muito estranho essa denúncia. A gente não precisa disso de encaminhar o problema pra cidade vizinha”, declarou.
O Penha Online também conversou com o Ministério Público de SC, onde o promotor Pablo Inglez Sinhori informou que não poderia dar declaração a respeito porque não havia denúncia formalizada, e que a partir da denúncia, aí sim o MP irá se envolver.
Durante esta semana nossa reportagem apurou outras questões acerca do ocorrido, e ao fim, chegou-se ao entendimento de que novos detalhes não poderiam ser trazidos a público neste primeiro momento, no entanto, a denúncia inicial segue nesta publicação para que ao desenrolar do caso, a segunda parte e novas descobertas possam ser trazidas posteriormente numa segunda reportagem.
A Prefeitura de Penha emitiu ao Penha Online uma nota sobre o relato do denunciante: “A Secretaria de Assistência Social de Penha não compactua com esses tipos de atos violentos contra moradores em situação de vulnerabilidade. Nesse sentido, se coloca a disposição para realizar seu encaminhamento a um centro específico de tratamento, caso seja de sua vontade, ou ainda providenciar o encaminhamento à sua cidade de origem – desde que um familiar esteja disponível para recebê-lo. Quanto a autoria da agressão relatada pelo morador em situação da rua, a municipalidade espera que os fatos sejam apurados pelas autoridades competentes e seus autores punidos pelos atos”.
A vítima foi vista pela última vez em Balneário Piçarras.