Você sabe o que é Economia Solidária?


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O conceito é colaboração, solidariedade e coletividade, de forma que as relações entre pessoas e empresas possam ser mais justas do ponto de vista social e sustentáveis pelo lado econômico e ambiental, um contraponto ao desenvolvimento econômico do mundo nos últimos séculos, que segue uma lógica capitalista, cada um por si em busca do enriquecimento.

O objetivo da economia solidária não é ser dono de uma empresa para ganhar muito dinheiro, nem trabalhar demais para ter um bom saldo bancário. A meta é criar empresas que sejam administradas por grupos, e não por uma única pessoa, criando formas para manter uma atividade econômica que seja baseada na colaboração e na autogestão, ou seja, com as pessoas que atuam em uma empresa sendo, ao mesmo tempo, funcionários e proprietários e dividindo de forma igualitária os lucros.

Além disso, a economia solidária se preocupa com a sustentabilidade e preservação do meio ambiente para não prejudicar o planeta. Isso porque muitos recursos naturais, como a água, podem ficar cada vez mais escassos se não usados de forma sustentável.

É produzir, vender, comprar e trocar sem explorar os outros, sem querer levar vantagem, sem destruir o ambiente. Cooperando, fortalecendo o grupo, cada um pensando no bem de todos e no próprio bem.

A economia solidária vem se apresentando, nos últimos anos, como inovadora alternativa de geração de trabalho e renda e uma resposta a favor da inclusão social, compreendendo uma diversidade de práticas econômicas e sociais organizadas sob a forma de cooperativas, associações, clubes de troca, redes de cooperação, entre outras, que realizam atividades de produção de bens, prestação de serviços, finanças solidárias, trocas, comércio justo e consumo solidário em atividades econômicas de produção, distribuição, consumo, poupança e crédito, organizadas sob a forma de autogestão.

São milhares de iniciativas econômicas, no campo e na cidade, em que os trabalhadores estão organizados coletivamente: associações e grupos de produtores; cooperativas de agricultura familiar; cooperativas de coleta e reciclagem; empresas recuperadas assumidas pelos trabalhadores; redes de produção, comercialização e consumo; bancos comunitários; cooperativas de crédito; clubes de trocas; entre outras.

De acordo com último levantamento do Sistema de Informação da Economia Solidária (Sies), atualmente, no Brasil, existem 19.708 empreendimentos que reúnem 1 milhão 423 mil e 631 associados, em 2.804 municípios. Estima-se que a Economia Solidária movimente, por ano, R$ 12 bilhões.

Quem pode participar da Economia Solidária?

Produtores rurais, pescadores artesanais, artesãos, artistas, prestadores de serviço e todas as pessoas que queiram atuar em grupo e com base nos pilares da Economia Solidária.

Os empreendimentos são organizados em cooperativas, associações, grupos informais ou, até mesmo, sociedades mercantis.
Os Empreendimentos Econômicos Solidários são organizações:
– Coletivas e suprafamiliares, ou seja, compostas por mais de duas pessoas que não pertençam à mesma unidade familiar;
– Em que os participantes são trabalhadores dos meios urbano ou rural;
– Em que os trabalhadores que exercem a gestão democrática das atividades e da distribuição dos resultados;
– Que tenham foco na realização de atividades econômicas, de modo permanente, ou que tenham esse objetivo quando estiverem em implantação.

Um dos grupos de Economia Solidária mais expressivos na nossa região é o Coletivo Cultural Ecovida, que é formado por empreendimentos de prestação de serviços, gastronomia e produtos, atuando desde 2013 com ações no Rio de Janeiro e Espírito Santo e iniciando as atividades públicas em Santa Catarina no início de 2019 com as Feiras Ecosolidárias em Penha que hoje abrangem todo o Vale do Itajaí.

Quais são os princípios da Economia Solidária?

Autogestão: não há a figura do patrão. Todos os trabalhadores e trabalhadoras participam das decisões administrativas em igualdade de condições.
Cooperação: ao invés de competir, todos devem trabalhar de forma colaborativa, buscando os interesses e objetivos em comum, a união dos esforços e capacidades, a propriedade coletiva e a partilha dos resultados;
Solidariedade e Centralidade no ser humano: a preocupação com o outro está presente de várias formas na economia solidária, como na distribuição justa dos resultados alcançados, na preocupação com o bem-estar de todos os envolvidos, nas relações com a comunidade, na atuação em movimentos sociais e populares, na busca de um meio ambiente saudável e de um desenvolvimento sustentável.
Valorização da diversidade: diversidade cultural, de gênero, biológica, étnica, linguística, religiosa, entre outros.
Valorização do saber local e da aprendizagem: compreende que o saber é algo construído através do tempo, gerações, vivências e territórios.
Comércio Justo com Justiça social na produção: busca o equilíbrio entre partes desiguais, por meio da criação de proteções, em favor dos mais vulneráveis.
Respeito ao meio ambiente: promove a conservação e uso racional de recursos naturais na produção. Também fomenta ações de recuperação e educação ambiental.

Organizações representativas e movimentos sociais

Na luta pelo desenvolvimento da Economia Solidária, também estão presentes diversos movimentos sociais e organizações que representam os empreendimentos. Estas instituições atuam na mobilização dos participantes da Economia Solidária e na defesa dos seus interesses junto ao Estado e à sociedade. São exemplos dessas organizações:

– O Fórum Brasileiro de Economia Solidária e suas ramificações: Fóruns regionais e estaduais
– A União Nacional das Organizações Cooperativas Solidárias (UNICOPAS), composta pelas organizações:
o UNISOL – Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários
o UNICAFES – União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária
o CONCRAB – Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária do Brasil
– O Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis
– A Associação Nacional do Cooperativismo de Crédito de Economia Familiar e Solidária (ANCOSOL)
– A Confederação das Cooperativas Centrais de Crédito Rural com Interação Solidária (CONFESOL)

O que são Fóruns de Economia Solidária?

São Grupos de movimento da Economia Solidária, um espaço de articulação e diálogo entre diversos participantes e movimentos sociais pela construção da economia solidária.
São divididos: regionais, estaduais e federal
Os fóruns regionais passam suas demandas ao Fórum estadual e o fórum estadual repassa ao Federal.
Essas trocas de informações são necessárias para o desenvolvimento de Leis e ações que considerem a realidade da maioria dos trabalhadores e não apenas de uma única região.
Nossa Região Possui o Fórum Praia Norte que compreende as cidades de Penha, Piçarras, Luiz Alves e Barra Velha.

Como posso participar da Economia Solidária?

Como trabalhador: você pode formar um empreendimento ou se associar a um já existente. Há empreendimentos no Brasil inteiro, nas mais diversas áreas de atuação. Para conhecer os empreendimentos existentes no país, acesse o Cadastro Nacional de Empreendimentos Econômicos Solidários (CADSOL) .
– Se você já participa de um empreendimento econômico solidário , mas ele ainda não está cadastrado
Procure o Fórum de Economia Solidária da sua região e participe do mapeamento estadual.
Se você precisa de ajuda para formar ou fortalecer um empreendimento econômico solidário, veja se sua cidade possui organizações que apoiam a economia solidária, como Centros Públicos de Economia Solidária, Fóruns e Conselhos de Economia Solidária, órgãos governamentais , Incubadoras de Economia Solidária e outras entidades de apoio e fomento , ou procure a seção/núcleo de Economia Solidária na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego da capital do seu estado.

Como cidadão: você pode ajudar a fortalecer a economia solidária de diversas formas.

– Conheça os empreendimentos e consuma os produtos da Economia Solidária, buscando na sua cidade por Lojas da Economia Solidária, Centros Públicos de Economia Solidária, Feiras de Economia Solidária e/ou Agroecologia, Produtos do Comércio Justo e Solidário, ou então por meio do cirandas.net, a rede social da Economia Solidária;
– Junte-se ao movimento, buscando Fóruns Estaduais e Municipais da Economia Solidária, redes de Economia Solidária, bem como Entidades de Apoio e Fomento que trabalham com o tema na sua região. Várias universidades, por exemplo, têm programas de extensão ou incubação voltados para a Economia Solidária, no qual é possível a integração de estudantes ou voluntários;
– Conheça o Plano Nacional de Economia Solidária e veja as propostas de políticas públicas que foram apresentadas na última Conferência Nacional de Economia Solidária.

Como Gestor Público: Entre em contato com a Rede de Gestores de Políticas Públicas de Economia Solidária.

Grupo Regional de Economia Solidária
Coletivo Cultural Ecovida: https://coletivoecovida.com/
Contato: coletivoecovida@gmail.com
Whats: 47 98800-6315

Fórum Regional de Economia Solidária
Praia Norte: https://coletivoecovida.com/wp/forum-de-economia-solidaria-praia-norte/

Conselho Estadual de Economia Solidária
CEAES: ceaes@sde.sc.gov.br
Contato: 48-36652258

Rede de Gestores de Políticas Públicas de Economia Solidária: https://www.facebook.com/rededegestores.ecosol
Contato: rededegestoresecosol@gmail.com

Quer saber mais sobre Economia Solidária? Acesse https://ecosol.dieese.org.br/

Fontes: https://conexaoplaneta.com.br/blog/o-lugar-da-economia-solidaria-no-atual-governo/#fechar